terça-feira, 6 de setembro de 2011

Não tão santo, nem tão profano.

Não tão santo, nem tão profano.

Ele é naturalmente puro
Basta o homem o tocar
E sua sujeira se revela
Libertando sua mente
Ele será apenas amar

Ele é a chave da criação
Simples atração que une
Leva a vida até o ventre
Une pessoas diferentes
Puro e belo ato de amar

Tantas formas de fazer
Muitas as de se perder
Mas existindo o amor
O encontro é de alma
Santa união de corpos

Seja qual for sua opção
É um direito expressar
Toda forma de amar
Revela o doce sabor
Escondido no coração

Seja ato de amor consumado
Não tão santo que me prive
Não tão profano que me suje
Quero apenas sentir no prazer
A pureza de sentir-se amado

Pedro Junqueira Franco de Castro 13:22 06/09/2011

domingo, 4 de setembro de 2011

Mente suicida

Mente suicida

Ó ser racional,
Até na hora de morrer
Quer morrer com a razão
Mesmo sem cumprir a missão.

Ó caixa de pensar,
Olhe a sua volta
Os outros lutam por vida
Você sai à busca da sua morte.

Ó crânio acéfalo,
Se parasse de pensar
Talvez tivesse tempo para viver
E não escolheria a morte prematura.

Ó cavalheiro errante,
Raciocine apenas um instante
Esqueça as razões para morrer
Preocupe-se só com a razão do seu viver.

Pedro Junqueira Franco de Castro 23:13 04/09/2011

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Existe vida por trás de tudo

Existe vida por trás de tudo

A perfeição está em todo canto
No vento carregando as folhas
No barulho da chuva no telhado
Nas estrelas que trazem a noite
No sol rompendo o vão da janela
Isso tudo preenche qualquer vazio

O mundo é simplesmente belo
Na semente que cresce no solo
Nas mãos preparando a terra
No trigo colhido toda estação
No amor que prepara o pão
A beleza silenciosamente berra

A natureza está a nossa espera
Na leveza do voo da borboleta
No canto instantâneo da cigarra
No aroma gratuito de uma flor
No sabor irresistível da fruta
Resta simplesmente usufluir

A vida se revela todo instante
Na água modelando as pedras
No orvalho que cai na manhã
No suor a escorrer no chão
No gelo que cobre a montanha
O amor ciclicamente se renova

Sinta a energia dentro de você
Na palavra que arrepia a pele
No sorriso que revela o encanto
No coração a bater mais forte
Nas lágrimas que lavam a alma
Somos frutos do sonho divino

Pedro Junqueira Franco de Castro 04:12 02/09/2011

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

O dia que deixei minha criança partir

O dia que deixei minha criança partir

Como é bom respirar sem suas garras
Caminhar sem estar preso a algemas
Encontrar outra forma de ver o mundo
Acreditar que sonhos podem ser reais
Voar com os pés ainda tocando o chão
Amadurecer para então rejuvenescer

Decisão certa foi te deixar partir
Ainda que seja triste a despedida
O seu veneno eu não provo mais
Suas ilusões já não passam aqui
Ainda que o desapego cause dor
Amar é doer para amadurecer

A criança infantil e egoísta partiu
Deu espaço para a criança alegre
Levou as velhas mesquinharias
Dando lugar a novas esperanças
Libertando um coração escravo
Renovando a vontade de amar

A verdadeira criança volta a sorrir
Agora enxerga a luz na escuridão
Dá adeus ao envelhecido passado
Brinca de ciranda com o presente
Caminha livre rumo ao seu futuro
Pode enfim amar para ser amado

Pedro Junqueira Franco de Castro 03:50 01/09/2011

O viúvo

O viúvo

Confessei-te minhas vontades
Entreguei minhas verdades
Abri as portas de meu jardim
Mas na hora do voo recusou
Na certa com medo da altura

Não tardou nem um dia
Já estava em outros ares
Assim como beija-flor
Outra flor você buscou
E eu me tornei viúvo
De um ser com vida

Eu fiquei a esperar
Solitário ser enganado
Um dia tinha o mundo
Acordou no submundo
Da dor de uma paixão

E aonde coloco os prazeres
O que faço com os planos
Esqueço e finjo que é passado?
Pois é certo que no espaço
Que fizemos nossa morada
Não cabem mais dois corações
Pedro Junqueira Franco de Castro 01:40 01/09/2011