terça-feira, 29 de novembro de 2011

O trem da infância esquecida

O trem da infância esquecida

O trem desgovernado vai se arrastando
Segue a todo vapor sem destino final
Em algum momento ele descarrilhou
Seu caminho ele não mais governa
Sem freios segue sempre em frente

Nessa rota sem saídas e chegadas
O sabor da estrada ele não sente
Vai passando sem se quer notar
A beleza da menina a lhe esperar
O desespero da mãe a lhe ajudar

Certo de seu caminho incerto
Segue arrogante e prepotente
Se prestasse atenção ao sinal
Poderia ver que logo em frente
Existe um abismo intransponível

Ele segue de estação em estação
Passa por todas sem descarregar
Caso você queira nele embarcar
De passagem você não precisará
O desconhecido dispensa convite

Um dia talvez encontre o trilho
Que o leve de volta a seu destino
Se continuar perdido no tempo
Será tarde demais para lamentar
A vida que ele deixou para trás

Pedro Junqueira Franco de Castro 04:26 30/11/2011

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

A possibilidade do impossível voo

A possibilidade do impossível voo

O pássaro limitado no seu voo
Canta alegre todo amanhecer
Sua luta diária contra o vento
Alimenta a força do seu canto
Que continua até o anoitecer

A borboleta tem sua beleza
Limitada por poucas horas
Logo sua vida vai embora
Mas ela é a única certeza
Dá valor a luta da lagarta

Ainda que pequena a formiga
Aceita o limite do seu tamanho
Supera assim o peso das folhas
Sua humildade a torna grande
Na terra dos seres gigantes

O sol ilumina o amanhecer
Seus raios invadem a janela
Levam luz à limitada escuridão
Mesmo o sol vai-se embora
No limite do dia virar a noite

Lá vai Icaro através da janela
Sua busca pelo impossível
Talvez um dia tivesse fim
Se ele aceitasse o seu limite
De ser feliz tocando o chão

Pedro Junqueira Franco de Castro 03:04 29/11/2011

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Um dia a mais em seu coração

Um dia a mais em seu coração

O coração é um grande salão vazio
Se aberto carece ser preenchido
Ele não aceita brisas breves
O seu querer é ventos constantes
Que preenchem fazendo melodia

Se tentar preenche-lo com formas
Você ficara perdido no caminho
A sua busca é pelo indefinido
E por mais bela que seja a forma
Só o sorriso sincero o acalmará

Não se desespere ao procurar
Tenha calma e ele te ensinará
Com o tempo a lição aprendida
Libertará as amarras do coração
E o amor não terá sido em vão

Por isso não tema o se entregar
Depois de um dia ensolarado
A noite vem para escurecer
Não lamente o pôr do sol perdido
Se alegre com o brilho das estrelas

Pedro Junqueira Franco de Castro 24/11/2011 03:46