quarta-feira, 22 de março de 2017

Para não dizer que não falei dos espinhos

Para não dizer que não falei dos espinhos

Quem disser que não viu o espinho
Se esqueceu que no caminho
Há uma terceira margem na flor
Que a dor não nos deixa mentir

Fruto de atos inconsequentes
Nutrido por maus pensamentos
Nasceu um espinho na flor
Com ela sempre vai estar

A flor na sua inocência
Sem querer se viu espinho
Pediu perdão pelas horas
Ficou à esperar a sorte

Entregue a hábitos furtivos
Que lhe furtavam o destino
Paga hoje o preço da escolha
De na hora certa se omitir

Colocou-se em silêncio a flor
Pois de espinho não se fala
Se chora, se cala e deixa ir
Não se guarda a mágoa

Pedro Junqueira Franco de Castro 20/02/2017

Estado laico de Deus

Estado laico de Deus

O regimento garante a reza
Ainda que sem a boa vontade
Por trás de toda formalidade
Existem muitas más intenções
Está aberta assim a solenidade
O espetáculo feito com o público

Interrompe a única impertinente
Apesar de ser a mais coerente
Pela postura dessa mulher
Representada está a juventude
Que questionando faz sua parte
No circo do palhaço sem futuro

Proclamam a palavra de Deus
Mas na hora de assinar o papel
Querem proteger só os seus
Esquecem que o estado é laico
Porém isso nunca os impediu
De levar o seu Deus no coração
Pedro Junqueira Franco de Castro 10/02/2017

Capital de todos os cantos

Capital de todos os cantos

Eles querem te embelezar
Como se já não fosse bela
Só por ser quem tu és
Cantada por Adonirans, Caetanos e Criolos
És Sampa, a capital da pluralidade

Se não fosse um retrato
Da realidade abstrata
De esquinas tão dispersas
Pelas suas frestas se vê
Que nem tudo é o que parece ser

Mas não poderá a audácia
Dos nobres que se elegeram
Calar o clamor da diversidade
Que é fruto da desigualdade
Pois de trás de toda essa vaidade
Há uma máscara que não te representa

Ainda que prefeitos pintem seu muros
Não apagarāo o colorido que transborda
Pelas bordas de seus sorrisos
Por mais que eles queiram
Tu nunca deixará de ser
A acolhedora de todos os cantos

Pedro Junqueira Franco de Castro 18/01/2017 10:28

Poema por uma nova era

Poema por uma nova era

Desista de esperar sentado
O sonhado mundo melhor
Pois o novo começa em você
E se espalha por toda a terra

Que você saiba expressar
A poesia que há em tudo
Aprenda a revidar o ódio
Com todo amor que houver

Troque os desejos egoístas
Por uma felicidade altruísta
Faça da terra um novo céu
Posto que é esse o nosso lar

Abandone a velha esperança
Na volta do nosso salvador
E passe a ser você mesmo
A salvação do seu destino

Pedro Junqueira Franco de Castro 31/12/2016 17:02

Caminho do meio

Caminho do meio

Sigo o caminho da direita
Por volta só alguns sorriem
Generais, militares e coronéis
Junto com todos os seus ais

Me viro então para esquerda
Em volta muitos sonham só
Radicais, ditadores e guerrilhas
Ainda estou preso aos ais

Busco o caminho do meio
Vivo em um mundo dual
Não preciso de ideologia
Tenho que seguir em frente

Pedro Junqueira Franco de Castro 30/11/2016 18:59

Chapecoense até o fim

Chapecoense até o fim

O grande time de Condá
Deixou o seu condado
Guerreiros preparados
Para uma batalha final

Não era apenas futebol
Eram sonhos a se realizar
Não era apenas um voo
Era o caminho até a glória

A equipe que subiu tanto
Hoje chegou até o céu
Os que serviram ao time
Agora servirão só a Deus

O juiz apita o final do jogo
Na vida quem apita é Deus
Se foi ele quem quis assim
Somos Chapecoense até o fim

Pedro Junqueira Franco de Castro 15:26 29/11/2016

Hasta siempre Fidel

Hasta siempre Fidel

Pelos soldados do imperialismo
Foi condenado a tirano revolucionário
Segurava na mão esquerda a revolução
Com a direita construiu uma nação

Vivo um grito de independência
“Pátria ou morte, venceremos”
Dos inimigos só não venceu
Aquela invencível morte

Para muitos sua força era tirania
Que calava a voz da democracia
Mas ignorante não era seu povo
Na doença sua nação não sucumbiu
Fome as suas crianças não passaram

Talvez se todos tivessem o seguido
Hoje seríamos homens livres
Morre o homem
Seu sonho não
Esse fica
Hasta siempre fiel

Pedro Junqueira Franco de Castro 26/11/2016