segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Minha essencial mãe

Minha essencial mãe

Fruto de seu doce ventre sai para o mundo
Assustado foi nos seus braços que acalmei
Ainda me lembro das palavras de carinho
Que com zelo me protegiam das lagrimas
Debaixo das asas da minha mãe coruja
O mundo parecia não poder me machucar
Eu me sentia incondicionalmente amado

Seguindo seus passos no jardim da infância
Descobri o que realmente tem valor na vida
Aquilo que constrói pontes entre corações
Tornando as pessoas iguais por sonharem
Mas se não houver dignidade no caminhar
Os passos acabarão com aquela esperança
De ver pessoas do bem o mundo governar

Ao ver nossa água ser contaminada
A rosa do nosso amor se desfolhar
Subitamente o desespero me tomou
Vi-me abandonado sem o seu amor
Caminhamos juntos na escuridão
Guiados pela fé no nosso destino
Certos de ser infinito nosso afeto

Ainda que exigente o seu zelo me ensina
Sua manta protetora ilumina meu caminho
Quando perdido posso a sua morada voltar
Mesmo com sonhos e planos diferentes
Sua essência que eu levo é meu caráter
Seu sorriso desperta minha felicidade
Seu amor faz morada em meu coração

Pedro Junqueira Franco de Castro 02:47 19/12/2011

sábado, 10 de dezembro de 2011

A doce despedida da cria

A doce despedida da cria

A andorinha dedicada sente a dor da partida
O ninho parece tão vazio sem os passarinhos
Eles cresceram e alçaram voo rumo à vida
Agora é sua vez de voltar a voar livremente
Pode alcançar lugares distantes de sua alma
Revelando novos caminhos escondidos no ser

A árvore não morre depois dos frutos colhidos
Ela ainda serve de morada para outros sonhos
Sua beleza ainda é majestosa e encantadora
Agora que já serviu ao mundo com seus frutos
Pode alimentar desejos guardados na alma
Gerando flores pela simples beleza de ser

A doce mãe agora sabe o que é ser sozinha
A boca que precisou dizer não agora diz sim
O sim liberta os filhos para amar ao mundo
Agora seu tempo está livre para caminhar
Caminha rumo à maturidade de sua alma
Sutilmente se torna morada do seu ser

Pedro Junqueira Franco de Castro 10/12/2011 16:00

terça-feira, 29 de novembro de 2011

O trem da infância esquecida

O trem da infância esquecida

O trem desgovernado vai se arrastando
Segue a todo vapor sem destino final
Em algum momento ele descarrilhou
Seu caminho ele não mais governa
Sem freios segue sempre em frente

Nessa rota sem saídas e chegadas
O sabor da estrada ele não sente
Vai passando sem se quer notar
A beleza da menina a lhe esperar
O desespero da mãe a lhe ajudar

Certo de seu caminho incerto
Segue arrogante e prepotente
Se prestasse atenção ao sinal
Poderia ver que logo em frente
Existe um abismo intransponível

Ele segue de estação em estação
Passa por todas sem descarregar
Caso você queira nele embarcar
De passagem você não precisará
O desconhecido dispensa convite

Um dia talvez encontre o trilho
Que o leve de volta a seu destino
Se continuar perdido no tempo
Será tarde demais para lamentar
A vida que ele deixou para trás

Pedro Junqueira Franco de Castro 04:26 30/11/2011

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

A possibilidade do impossível voo

A possibilidade do impossível voo

O pássaro limitado no seu voo
Canta alegre todo amanhecer
Sua luta diária contra o vento
Alimenta a força do seu canto
Que continua até o anoitecer

A borboleta tem sua beleza
Limitada por poucas horas
Logo sua vida vai embora
Mas ela é a única certeza
Dá valor a luta da lagarta

Ainda que pequena a formiga
Aceita o limite do seu tamanho
Supera assim o peso das folhas
Sua humildade a torna grande
Na terra dos seres gigantes

O sol ilumina o amanhecer
Seus raios invadem a janela
Levam luz à limitada escuridão
Mesmo o sol vai-se embora
No limite do dia virar a noite

Lá vai Icaro através da janela
Sua busca pelo impossível
Talvez um dia tivesse fim
Se ele aceitasse o seu limite
De ser feliz tocando o chão

Pedro Junqueira Franco de Castro 03:04 29/11/2011

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Um dia a mais em seu coração

Um dia a mais em seu coração

O coração é um grande salão vazio
Se aberto carece ser preenchido
Ele não aceita brisas breves
O seu querer é ventos constantes
Que preenchem fazendo melodia

Se tentar preenche-lo com formas
Você ficara perdido no caminho
A sua busca é pelo indefinido
E por mais bela que seja a forma
Só o sorriso sincero o acalmará

Não se desespere ao procurar
Tenha calma e ele te ensinará
Com o tempo a lição aprendida
Libertará as amarras do coração
E o amor não terá sido em vão

Por isso não tema o se entregar
Depois de um dia ensolarado
A noite vem para escurecer
Não lamente o pôr do sol perdido
Se alegre com o brilho das estrelas

Pedro Junqueira Franco de Castro 24/11/2011 03:46

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Pertencer ao amanhã

Pertencer ao amanhã

Era como se parte do meu passado
Um momento do meu presente
Algo que ainda era futuro
Estivessem ali presentes
Numa forma humana de vida

Não concretas ou completas
Pequenos espaços de tempo
Algo que queria ser meu
Que pudesse ser teu
Que talvez fosse nosso

Tudo o que nos separava
Era a ânsia da descoberta
Daquilo que de ti era meu
A parte de mim que era sua
O todo que queria ser nosso

E eu só queria adormecer
No veneno do seu beijo
Para ver o dia amanhecer
Na pureza de sua pele
Misturados no amanhã

Pedro Junqueira Franco de Castro 19:35 21/10/2011

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Duas canções, uma melodia.

Duas canções, uma melodia.

O sol ainda brilhava
No surgir da estrela
Eu que era sozinho
Agora podia cantar
A canção de irmão

Pequeno capricho divino
Menina magrela morena
Beleza dada por deuses
Atrás da pintura na cara
Uma guerreira mulher

Desculpe se me zanguei
Eu só queria te mostrar
Maquiar é insegurança
Esconde o brilho justo
Que o seu olhar emana

Mais que apenas irmãos
Amigos de peito aberto
Mãos dadas no caminho
Passos juntos na areia
Rios correndo pro mar

Destino traçado no berço
Irmãos de alma e coração
Aonde os seus pés pisarem
Eu serei o sol a te iluminar
Você vai ser sempre a lua
Clareando minha escuridão

Pedro Junqueira Franco de Castro 01:02 05/10/2011

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Não tão santo, nem tão profano.

Não tão santo, nem tão profano.

Ele é naturalmente puro
Basta o homem o tocar
E sua sujeira se revela
Libertando sua mente
Ele será apenas amar

Ele é a chave da criação
Simples atração que une
Leva a vida até o ventre
Une pessoas diferentes
Puro e belo ato de amar

Tantas formas de fazer
Muitas as de se perder
Mas existindo o amor
O encontro é de alma
Santa união de corpos

Seja qual for sua opção
É um direito expressar
Toda forma de amar
Revela o doce sabor
Escondido no coração

Seja ato de amor consumado
Não tão santo que me prive
Não tão profano que me suje
Quero apenas sentir no prazer
A pureza de sentir-se amado

Pedro Junqueira Franco de Castro 13:22 06/09/2011

domingo, 4 de setembro de 2011

Mente suicida

Mente suicida

Ó ser racional,
Até na hora de morrer
Quer morrer com a razão
Mesmo sem cumprir a missão.

Ó caixa de pensar,
Olhe a sua volta
Os outros lutam por vida
Você sai à busca da sua morte.

Ó crânio acéfalo,
Se parasse de pensar
Talvez tivesse tempo para viver
E não escolheria a morte prematura.

Ó cavalheiro errante,
Raciocine apenas um instante
Esqueça as razões para morrer
Preocupe-se só com a razão do seu viver.

Pedro Junqueira Franco de Castro 23:13 04/09/2011

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Existe vida por trás de tudo

Existe vida por trás de tudo

A perfeição está em todo canto
No vento carregando as folhas
No barulho da chuva no telhado
Nas estrelas que trazem a noite
No sol rompendo o vão da janela
Isso tudo preenche qualquer vazio

O mundo é simplesmente belo
Na semente que cresce no solo
Nas mãos preparando a terra
No trigo colhido toda estação
No amor que prepara o pão
A beleza silenciosamente berra

A natureza está a nossa espera
Na leveza do voo da borboleta
No canto instantâneo da cigarra
No aroma gratuito de uma flor
No sabor irresistível da fruta
Resta simplesmente usufluir

A vida se revela todo instante
Na água modelando as pedras
No orvalho que cai na manhã
No suor a escorrer no chão
No gelo que cobre a montanha
O amor ciclicamente se renova

Sinta a energia dentro de você
Na palavra que arrepia a pele
No sorriso que revela o encanto
No coração a bater mais forte
Nas lágrimas que lavam a alma
Somos frutos do sonho divino

Pedro Junqueira Franco de Castro 04:12 02/09/2011

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

O dia que deixei minha criança partir

O dia que deixei minha criança partir

Como é bom respirar sem suas garras
Caminhar sem estar preso a algemas
Encontrar outra forma de ver o mundo
Acreditar que sonhos podem ser reais
Voar com os pés ainda tocando o chão
Amadurecer para então rejuvenescer

Decisão certa foi te deixar partir
Ainda que seja triste a despedida
O seu veneno eu não provo mais
Suas ilusões já não passam aqui
Ainda que o desapego cause dor
Amar é doer para amadurecer

A criança infantil e egoísta partiu
Deu espaço para a criança alegre
Levou as velhas mesquinharias
Dando lugar a novas esperanças
Libertando um coração escravo
Renovando a vontade de amar

A verdadeira criança volta a sorrir
Agora enxerga a luz na escuridão
Dá adeus ao envelhecido passado
Brinca de ciranda com o presente
Caminha livre rumo ao seu futuro
Pode enfim amar para ser amado

Pedro Junqueira Franco de Castro 03:50 01/09/2011

O viúvo

O viúvo

Confessei-te minhas vontades
Entreguei minhas verdades
Abri as portas de meu jardim
Mas na hora do voo recusou
Na certa com medo da altura

Não tardou nem um dia
Já estava em outros ares
Assim como beija-flor
Outra flor você buscou
E eu me tornei viúvo
De um ser com vida

Eu fiquei a esperar
Solitário ser enganado
Um dia tinha o mundo
Acordou no submundo
Da dor de uma paixão

E aonde coloco os prazeres
O que faço com os planos
Esqueço e finjo que é passado?
Pois é certo que no espaço
Que fizemos nossa morada
Não cabem mais dois corações
Pedro Junqueira Franco de Castro 01:40 01/09/2011

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Poema para meu irmão Leão

Poema para meu irmão Leão

No ano de noventa e oito
Foi no dezessete de agosto
Que nosso natal chegou
O presente uma criança
Que com alegria e energia
Conquistou toda família
Fazendo morada no coração

É sobre o meu armário
Que ele exibe suas honras
São medalhas e troféus
Detalhes de um campeão
Mas sua verdadeira vitória
Está em sua autoconfiança
Que aos poucos conquistou

Se ele chora quando perde
Sua tristeza vem da derrota
Pois é difícil não vencer
Sendo um leonino André
Mas logo vai perceber
Que o dissabor da derrota
Engrandece a sua vitória

O seu nome é de nobreza
Tem uma alma generosa
Sabes bens quem tu és
E também sua missão
Usando sua criatividade
Poderá vencer seus medos
E te honrará feito um leão

Não teimas, nem fujas André
Você é forte, você é grande
Dentro de ti mora um leão
Com a força de sua coragem
Vencerá seu próprio ego
Sendo justo liderará o mundo
A caminho da força da união

Pedro Junqueira Franco de Castro 17/08/2011 12:06

terça-feira, 9 de agosto de 2011

R.I.P Amy

R.I.P Amy

A estrela se vai com o sol
Mas seu brilho ainda ecoa
Apesar do ruído dos porcos
A lama na manhã não te suja
Um diamante nunca se mancha

Queríamos poder te ajudar
Salvar-te da solidão escura
Com tantas mãos te apontando
Ficou difícil pra você enxergar
As mãos que queriam te lapidar

Depois de tantos jogos de azar
O amor ainda queria te levar
Mas você sabia brincar de deus
As ficham continuavam a cair
Você escolheu ser a próxima

Hoje me vi acordando sozinho
Você não esta mais entre nós
Mas sua voz ainda toca no radio
Sinto novamente sua presença
Ela está a secar minhas lagrimas

Ela foi se entregando aos poucos
Eu poderia ter ido vê-la no show
Despeço-me apenas com palavras
Ela volta a ser diamante negro
Na escuridão do céu estrelado

Fico com a lembrança doce
Da inquietude de sua alma
Que viveu para expressar
Não é preciso viver muito
Para vencer e ser eterna


Pedro Junqueira Franco de Castro 02:14 09/08/2011

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Poema de admiração secreto

Poema de admiração secreto

Existem momentos que nos fazem parar
Instantes que duram uma eternidade
Mesmo que momentaneamente são eternos
Parecem trazer uma mensagem do divino
Foi assim à primeira vez que eu te vi
Como um anjo você me trouxe o céu
E me deixou em paz em plena terra

Nosso encontro foi apenas de relance
Mas bem que podia ser romance
Aquele seu sorriso cativante
Que nem para mim devia ser
Marcou em minha memoria
O inicio de uma historia
Que para ser feliz precisa de você

Depois do nosso breve encontro
Passei a te procurar e encontrar
Em meus pensamentos você está
Torci pelo acaso ou o destino
Minha vida na sua de novo encostar
Cada minuto distante do seu olhar
Fazia calar a boca que queria te beijar

Você pode até não ser o mais belo
Ou até mesmo não ser o ultimo
E com certeza não será o primeiro
Mas para mim você é tudo isso
E até mesmo muito mais
Pois um dia vi no seu olhar
Que eu poderia te fazer feliz

Pedro Junqueira Franco de Castro 02:28 09/05/2011

Orgulho de ser

Orgulho de ser

Eu sou eu sem mascara
Sem maquiar ou disfarçar
Pergunte-me quem sou eu
Não lhe direi em palavras
Mas cada gesto será o sim

Eu sou onde não estou
Caminho aonde não vou
Não sigo meus passos
Não apago meus rastros
Esqueço minhas vontades

Sou eu quando sinto fome
Quando me pego em fogo
Grito na pele o canto da carne
Sou as minhas necessidades
Apenas um animal irracional

Não sou eu quando penso
Quando como sem fome
Grita na pele o grande ego
Sou a fumaça da largarta
Não preciso mais quero

Sou eu a minha infância
Aquilo que sentia e queria
Berrava a carência de ser
Faminto por sensações
Ser curioso por natureza

Mas o fato de ser
Me faz igual a você
Sou mais um humano
Entre muitos seres
Orgulhoso de viver

Pedro Junqueira Franco de Castro 03:36 04/08/2011

quinta-feira, 28 de julho de 2011

As vinte e sete badaladas

As vinte e sete badaladas

Eu o clamo pássaro escuro
Que passa por cima da janela
Se escondendo em casa esquina
Perdido na cidade grande
Sobrevoando campos esparsos
Mostre-me o outro lado
Somente quando for necessário
Não espere os vinte sete sinos
Nem os cem anos de solidão

As pessoas que enfrentam a morte
São as que mais a temem
As pessoas que anestesiam a dor
São as que mais a sentem
Eu não enfrento a morte
Eu não temo minha dor
Minha morte já foi anunciada
Minha dor já foi premeditada
No momento que pisei o mundo

Homens orgulhosos caminham no abismo
Estão entre a vida e a morte, no caos
Você seria capaz de beber seu sangue,
Só para não entrega-lo a morte?
Qual parte de seu coração entregaria,
Para poder brincar nos campos esparsos?
Aonde colocaria seu orgulho,
Quando ela batesse a porta?
Esconda-o antes que ela te toque

Pedro Junqueira Franco de Castro 27/07/2011 04:39

Profanando minha amada

Profanando minha amada

Escute-me com calma minha querida
Deixe-me levar um pouco de profano
Até a superfície do seu mundo divino
Eu sei que por baixo desse manto
Suas pernas estão pegando fogo

Não dê ouvidos ao que ele disse
Ele é apenas um velho perdido
Mostrarei a verdadeira chama
Queimaremos na fogueira
Venha ser pagã ao meu lado

Deixe de lado seus velhos amigos
Eles só querem nos manter distantes
São escravos carentes com medo
A solidão os apavora de madrugada
Venha ser sozinha ao meu lado

Esqueça as mentiras de seus pais
Eles não sabem nada sobre mim
Querem te fazer santa em um altar
Deixe eu te levar a um lugar seguro
No meu esconderijo só eu e você

Dê ouvidos as palavras desse vampiro
Você não tem mais tempo para hesitar
Quando seu medo passar eu te levo
Ao meu santuário envenenado
Deixe-me tocar sua áurea branca

Pedro Junqueira Franco de Castro 17:33 27/07/2011

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Atrás dos muros da mente

Atrás dos muros da mente

Somos tijolos de um muro
Podemos quebra-lo
Esquecer do velho muro
Construir uma ponte

Não adianta ficar alienado
Preso nesse velho muro
Você é mais um tijolo
Pule fora desse muro
Fruto da mente humana

Se é tudo de nossa mente
Se nós somos a engrenagem
Porque não construir pontes
Com os tijolos do velho muro

Use uma nova engrenagem
Um pouco confortável
Sem precisar de culpas
Esqueça velhos castigos
Permita-se ser ponte

E então você me verá
Não como um verme
Mas como o tijolo
Que você também é

Muros tapam nosso céu azul
Separam o belo do real
Pontes servem para unir
A realidade com a fantasia
O azul com o cinza das pessoas

Quando buracos vazios
Surgirem no muro
Você poderá ver
O confortável azul

Esqueça os dois martelos
Que batem na sua cabeça
Use-os para quebrar seu crânio
E se liberte da realidade cruel
Que uma mente insana cria

Escute os corações
Batendo atrás do muro
Quebre o gelo de sua alma
Seu coração vai voar

Se deixe sentir sem pensar
O muro é largo e alto
Mas é preciso saltar
Feche seus olhos
Caia confortavelmente

Pedro Junqueira Franco de Castro 02:24 25/07/2011

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Minha poesia, minha vida

Minha poesia, minha vida

A poesia é minha religião
Ela é meu teto e meu chão
È nela que acontece o encontro
Da minha alma, mente e coração
Foi nela que fiz minha morada
Nela eu descanso em paz

Na poesia está o sentido da vida
Ela vai se tornando meu caminho
A cada passo que dou em sua areia
Uma pegada fica marcada na terra
Espero a deixar para quem chegar
E mudar o mundo a minha volta

Com a poesia vou aprendo a mudança
Nela eu medito minhas preocupações
Deixo-a ocupar o vazio de meu peito
Coloco nela todos meus anseios
Reflito sobre os meus medos
Busco o melhor que posso doar

Minha poesia é minha missão
Foi nela que encontrei o canto
Que me leva a servir ao mundo
Ela é minha mais bela oração
Pois quando com ela estou
Sinto-me falando com Deus

Pedro Junqueira Franco de Castro 02:33 20/07/2011

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Amor é verbo

Amor é verbo

O amor não está em palavras
Ainda que possam ser amáveis
Elas enganam e são traiçoeiras
Troque uma letra de lugar
E aquilo que estava aqui
Vai-se sem se explicar
O amor só é verdade
Com o ato consumado

Logo confie nos gestos
No brilho do olhar
E no calor do corpo
Se o coração bater forte
O silencio for conforto
E a mão tocar o coração
O sentimento é sincero
As palavras serão fortes
E ligarão os corações

Eu posso dizer eu te amo
Sem nunca ter amado
Prometer o impossível
Sem fazer o possível
As palavras só tem valor
Quando confirmadas por atos
E o amor só será amar
Quando eu me sentir amado

Pedro Junqueira Franco de Castro 03:01 19/07/2011

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Sozinho com uma canção

Sozinho com uma canção

Uma canção é tudo que preciso
Nessa madrugada escura e fria
Tocando e tocando minha alma
Fazendo-me sair da minha jaula
Espantando meus demônios

Quando me sinto triste
Minhas lagrimas caem em seu ritmo
Melancolicamente me mostrando
Que a vida não termina aqui

Quando me sinto alegre
Ela faz minha festa acontecer
Agitando cada célula do meu corpo
Fazendo-me dançar até o sol raiar

Quando me emociono
Ela abre meu coração
Arrepiando todo pelo de meu corpo
Deixando meus olhos molhados

Da maneira mais bonita
Ela me passa sua mensagem
Abrindo as portas do meu coração
Ela conhece o caminho da minha alma

Eu nunca me sinto sozinho
Estou na sua companhia
Uma canção tocando minha alma
Lembrando-me que lá fora
Sempre haverá alguém a tocar

Cantemos essa canção juntos
Deixemo-la fazer o dia raiar
Espantando todo mal do mundo
Levando esperança aos corações
Libertando as pessoas para amar

Pedro Junqueira Franco de Castro 03:28 06/07/2011

Pais e Filhos, a lição de geração a geração.

Pais e Filhos, a lição de geração a geração.

Todo ato começa pela mão de um pai
E termina pela resposta de um filho
A mão erguida mesmo que merecida
Pode ser mal compreendida
E um ato isolado de violência
Se espalhar por um mundo sem razão

Os pais precisam ser líderes
E para isso precisam escutar
Escutar as necessidades de um filho
E esquecer-se de fazer suas vontades
O não às vezes tem mais valor que o sim
Às vezes é preciso tirar para saber dar

Pais precisam estar presentes
Não a toda hora e todo momento
Mas ao menos na hora pontual
No momento em que sua ausência
Pode marcar o fim da confiança
Deixando um vazio na infância

Para serem bons lideres
Os pais precisam de paciência
Saber que os filhos vão errar
Até mais e pior que eles mesmos
Mas que cometeriam erro maior
Ao perder o controle diante do erro

Para serem lideres dos filhos
Os pais precisam os respeitar
Mostrar o caminho a seguir
Sem nunca levantar a mão
Respeitar o caminho escolhido
Mesmo não sendo o sonhado

Os pais precisam ser honestos
Jogar as palavras sobre a mesa
Mesmo que incomodem no inicio
Todo incomodo serve de estimulo
Sendo companheiros da verdade
Os pais dificilmente se enganam

Se mesmo assim os pais errarem
Aos filhos apenas cabe perdoar
Com a humildade de quem vê
Que com toda sua abnegação
Os pais só queriam dar aos filhos
Uma educação melhor que a recebida

Enfim pais e filhos devem dar as mãos
A vida é o momento do arrependimento
Na vida está a hora da compreensão
Só na vida temos a chance do perdão
E para corrgir os erros do passado
È necessario se amar no presente

Pedro Junqueira Franco de Castro 04:49 12/07/2011

terça-feira, 5 de julho de 2011

O voo do amor

O voo do amor

Abra seus olhos e se deixe levar
Uma nova canção irá começar
Ela já foi cantada e decorada
Acabou esquecida no tempo
Nossa velha canção do amor

Enxergue o invisível junto comigo
Caminhe no escuro de mãos dadas
Deixe-me te levar até seu coração
Até o fim de qualquer começo
O caminho sempre será o amor

Livre-se de todo mal que chegar
Deixe passar qualquer fraqueza
Esqueça-se de qualquer incerteza
Um dia sua busca chega ao fim
É só você deixar o amor ficar

Buscamos sempre um novo caminho
Um novo destino para humanidade
Uma nova resposta para a vida
Tudo que precisamos é deixar
Deixar tudo de lado e amar

Abre seus olhos
Só o amor pode te fazer voar
Para além do universo
Deixe estar...
Toda guerra acaba em paz,
Toda escuridão acaba com a luz,
Todo ódio acaba quando chega o amor...

Eu busquei uma forma de expressar
Com algumas palavras tentei te acordar
Despertar minha bela para a verdade
Não existe revolta que não se vença
A maior revolução é o amor

Talvez se todos acordarmos
E nos dermos às mãos
A mudança será real
E poderemos viver...
Viver para a única causa da vida...
Poderemos viver para amar...

Pedro Junqueira Franco de Castro 18:13 05/07/2011

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Deuses do nosso destino

Deuses do nosso destino

A vida nem sempre nos dá o caminho
Mas não se desespere ao procurar
Nosso caminho quem dá é o coração
E para ver no coração nossa essência
É preciso um pouco mais de calma
Vá trilhando seu caminho tranquilo
Sempre com a sua cabeça erguida
Sem precisar vender a sua paz

Não tenha medo de errar na escolha
Erra quem não se entrega por inteiro
Quem não mergulha naquilo que faz
Não é a escolha que te satisfaz
Muitos não puderam escolher
Dedicaram-se de olhos fechados
Pois sabiam que a verdadeira missão
É viver para servir a humanidade

Não é preciso andar com pressa
Viva cada coisa em seu momento
A vida é curta se vivida no futuro
Longa se esquecida no passado
E eterna se vivida no presente
Ainda que ela termine amanhã
O importante foi ter feito hoje
O melhor que você podia agora

Como deuses de nosso destino
Foi nos dado o poder da escolha
Somos livres para arbitrar
Responsáveis pelo caminho
Merecedores de nossas honras
E como já dizia o poetinha camarada:
“A coisa mais divina que há no mundo
É viver cada segundo como nunca mais.”

Pedro Junqueira Franco de Castro 02:43 01/07/2011

quarta-feira, 29 de junho de 2011

A velha canção da eternidade

A velha canção da eternidade

As pessoas nunca se vão por inteiro
Uma parte delas sempre fica no vento
Basta você sentir a brisa em seu rosto
Um mar de lembranças tocará seu peito
O amor que ela deixou se faz presente
Nutrindo a eterna saudade do inesquecível

Ainda que elas não estejam fisicamente
Sua presença ainda é sentida no amor
Basta uma lagrima para fazer lembrar
Tocando bem no fundo de sua alma
Sua canção ainda está voando ao vento
Cantando a lição que se deixou de herança

Aquilo que era matéria se foi
Voltou para o ciclo da vida
Não adianta procurar na matéria
O que restou está na alma
Ainda que não possamos tocar
Podemos fantasiar o abraço
E sentir novamente o beijo
As sensações não se vão
Estão guardadas no coração

Se te faz bem crie o céu
Mas lembre-se o céu é alma
Tudo no céu é feito de luz
O céu é uma energia infinita
E essa luz que se vai também fica
Fica nos nossos sonhos
Basta sonhar para tocar sua alma
Fica nos nossos corações
Basta amar para sentir sua presença

Esqueça a frase não dita
Esqueça a palavra ferida
A vida não volta atrás
E se existe saudade
Também existiu o amor
Guarde as boas lembranças
A lição que foi ensinada
E aquela velha esperança
De na eternidade se encontrar

Pedro Junqueira Franco de Castro 01:43 29/06/2011

terça-feira, 28 de junho de 2011

Amor em Gênesis

Amor em Gênesis

Quando não havia nada
O universo era só ausência
Dois opostos foram atraídos
Era o amor criando mundos
Da explosão da paixão
Fez-se o céu e as estrelas
Formados pela atração
Unidos pelas afinidades
Depois da explosão da paixão
O amor pôs tudo em ordem

Quando só existia matéria
O planeta era um átomo a mais
Duas moléculas foram atraídas
Era o amor criando a vida
Da fúria dos vulcões
Fez-se a atmosfera e a agua
Formados pela confusão
Separados pelas diferenças
Depois da confusão da fúria
O amor pôs tudo no lugar

Quando os seres eram aquáticos
A vida vivia mergulhada na agua
Dois seres foram atraídos
Era o amor diversificando
Da mistura de orgânicos
Fez-se o vegetal e o animal
Formados pelas tentativas
Separados por particularidades
Depois da diversão da mistura
O amor pôs cada um em seu lugar

Quando tudo parecia já feito
A vida parecia até ser perfeita
Duas metades se uniram
Era o amor na forma mais plena
Da mistura de dois gametas
Fez-se o homem e a mulher
Formados pela unificação
Separados pela evolução
Depois do fluxo dos gametas
O amor se instalou no ser

Quando o fim era certo
A vida já se via completa
Novos encontros se fizeram
Era o amor sempre fluindo
Misturando as diferenças
Fazendo novos seres
Trilando novos caminhos
Criando possibilidades
Em direção ao infinito
Vai caminhando o amor

Pedro Junqueira Franco de Castro 22:07 28/06/2011

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Problemas, paradigmas, limites e fins.

Problemas, paradigmas, limites e fins.

Não existe problema sem solução
Você pode tentar fugir em vão
Mas assim como o problema
A solução também está em você

Não há paradigma que não se quebre
Cada um constrói o seu com o que a vida deu
Mas a vida sempre dá um novo horizonte
E com eles novos paradigmas podem nascer

Não dê muita importância aos limites
Agora é a hora de superara-los
A vida é o campo da possibilidade
A impossibilidade reside na morte

Não temos como viver só de fim
Nossa vida é sempre cíclica
Há sempre um novo começo
No final de cada término

Pedro Junqueira Franco de Castro 03:00 22/06/2011

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Ponte da amizade

Ponte da amizade

Tudo bem se quiseres partir
Mas se ficares posso te prometer
Terás sempre meu sorriso sincero
Minhas palavras sempre serão doces
Ainda que precisem ser honestas
Meus ouvidos sempre atentos
Mesmo que suas palavras calem
Eu serei sempre um guardião
Com zelo guardarei nosso templo

Não te forçarei a ficares
Mas se assim quiseres prometerei
Meu olhar fará festa sempre que te ver
Minha coragem será fiel a sua vontade
E quando sua vontade for desistir
Meu compromisso será em te levantar
Mesmo que para isso precise fantasiar
Eu serei sempre um bom irmão
Comprometido cuidarei de nosso jardim

E se tudo isso não servir
Se mesmo assim tiveres que partir
Voltas, pois sempre estarei aqui
Seus segredos estarão no velho cofre
Ainda terei um baú de conselhos pra ti
Continuarei sendo só ouvidos
Nossas conversas ainda aquecerão
Minha mão estará te esperando
Para formarmos novamente
Nossa velha ponte da amizade

Pedro Junqueira Franco de Castro 02:42 21/06/2011

Noite de São João

Noite de São João

Noite de fria e alegre
No céu feito estrelas
Brilham balões de São João
Prendendo nossa atenção
Libertando nossa imaginação
Os balões estão livres
Quem os guia é a chama
Libertando-os até o céu

Presos estamos a terra
Com sonhos de liberdade
Juntos em uma quadrilha
Dançamos nossa alegria
Ainda que presos ao circulo
A união liberta nossa força
Juntos na mesma sintonia
Libertando-nos da realidade

Ainda em pensamentos livres
Estamos presos a musica
Libertando nosso corpo
Estamos presos ao vinho
Libertando nossa vergonha
Juntos de mãos dadas
Mãos que nos prendem
Libertando-nos da solidão

Livre mesmo só a chama
A chama da fogueira
Queimando em labaredas
Dançando no seu ritmo
Chegando perto das nuvens
E a chama do coração
Que nos guia feito balão
Levando-nos até o céu

Pedro Junqueira Franco de Castro 16:50 20/06/2011

Dissabor, desprazer e desesperança

Dissabor, desprazer e desesperança

Existem esperanças medíocres
Que não nos dão o impulso
Apenas esperar já nos basta
Esperar a derrota premeditada
Esperar o fim já anunciado
Esperar num eterno dissabor
Criamos raízes no tempo
Presos na falta de querer

Existem propósitos opressores
Os quais o impulso vem de fora
Todo proposito deve vir de dentro
É de dentro que vem o prazer
É de dentro que vem o sentido
Dentro onde mora o coração
E um proposito sem emoção
Mata qualquer boa intenção

Existem prazeres que corroem
Levam momentos de euforia
Sem alimentar nossa alma
Prazeres que nos distraem
Dispersam dos nossos sonhos
Consomem horas de vida
Aproximando-nos da morte
Aumentando o vazio do viver

Podem existir meias verdades
Algo pode ser bom para alguém
Como pode ser ruim para outro
Ao se olhar através da razão
Quase tudo é relativo nessa vida
É preciso abrir os olhos do coração
O coração é capaz de dar o sentido
Para aquilo que não tem sentido

Pedro Junqueira Franco de Castro 00:33 20/06/2011

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Homenagem a minha super-madrinha

Homenagem a minha super-madrinha

Dentre todos os ofícios ela escolheu o mais justo
E ainda que tenha cursado Direito
Hoje seu oficio é de mãe, madrinha e mulher
Que cumpre com dedicação e amor
E também com muita alegria
Pois se vê realizada naquilo que faz

Como toda irmã mais velha
Ela sempre se prontifica a proteger
Defende aquilo que acredita ser justo
E assim como os super-heróis
Vai até as ultimas consequências
Ela é uma super-mãe e super-madrinha
E pro seu marido ela é a super-mulher

Ela não deixa que a busca da felicidade
E que as frescuras da sociedade
Tirem o sabor de suas pequenas alegrias
Alguns chegam a achar que ela é louca
Mas se ser louca é ser feliz
Ela deixa o julgamento de lado
E leva com ela a felicidade

Quando pequeno ela adivinhava meus desejos
Tirava da cartola aquilo que eu precisava
Na adolescência muitas vezes ela fez magica
E fez sumir as lagrimas de minha face
Hoje ela continua fazendo milagre
Sua superstição de mãe não deixa nada passar
Feliz eu que tenho uma fada madrinha
Só posso agradecer tudo que você é para mim
Minha sempre minha Dinda

Pedro Junqueira Franco de Castro 00:02 14/06/2011

O jardim da vida

O jardim da vida

Nossa vida é assim feito jardim
As primeiras sementes deram vida
Foram lançadas por nossos pais
Logo depois vieram as pioneiras
Lançadas pela nossa família
Dando condições para novos brotos

As pessoas entram na nossa vida
São novas sementes em nosso jardim
Algumas gostam do solo e logo brotam
Crescem a vontade sem precisar de muito
Logo criam raízes em nosso peito
E nos alimentam com seus frutos

Algumas carecem de mais cuidado
Se quisermos ver uma arvore brotar
Será preciso adubar e cuidar bem
São exóticas e muito frágeis
Mas podem trazer diversidade

Algumas são apenas flores
Surgem quase que espontaneamente
São nossas paixões momentâneas
Existem só para embelezar nosso caminho
Apenas contempla-las já basta

É certo que existem as daninhas
Sugam sem nunca servir
Estão ali só para atrapalhar
Com essas é preciso cuidado
Se deixarmos elas tomam conta

O solo desse jardim é nosso coração
É ele que vai nutrir nossos relacionamentos
O desenvolvimento de casa semente
Passa pela qualidade desses sentimentos

Nosso intelecto faz o trabalho do jardineiro
Cabe a ele adubar quando preciso
Podar as nossas arvores se necessário
Cuidar para que as daninhas não vinguem

Temos no corpo a porta de entrada
Ele permite o contato com as sementes
Se tivermos um jardim bem cuidado
Sua porta de entrada será atraente

Assim como para cuidar de um jardim
É preciso conhecer as forças vitais
Pois elas também agem no nosso jardim
E quando você a conhece bem
Seu jardim flui e se renova
Mantendo-se sempre diverso

Pedro Junqueira Franco de Castro 15:22 16/06/2011

terça-feira, 14 de junho de 2011

Anjos de uma asa só

Anjos de uma asa só

Somos anjos de uma só asa
E precisamos de um par para voar
Somos o fruto da maça proibida
E precisamos parti-la para amar
Somos metades de deuses na terra
E precisamos de um par para reinar
Somos nuvens isoladas em um céu
E precisamos se unir para fazer chover

Andamos pelo mundo querendo encontrar
Encontrar amores e amigos que nos façam voar
Metades de maça para o nosso amor alimentar
Outros semideuses para criarmos mundos
E nuvens carregadas de sonhos para fazer chover

Algumas vezes nos prometem o voo
Mas o que recebemos é a queda
Nos fechamos feito anjos caídos
Mas o tempo cura nossa asa
Apitos a mais um voo tentar

Algumas vezes nos prometem um mundo
Mas que por ser feito de areia desmorona
Despertamos a nossa fúria de deuses
Mas o tempo acalma o tufão
E novos mundos podemos erguer

Algumas vezes repartimos a maça
Mas uma das partes vem envenenada
Envenenados caímos no sono profundo
Mas logo um beijo quebra o encanto
E um novo amor vem alimentar

Algumas vezes juntamos nossa nuvem
Mas não gostamos do desenho formado
Grandes nuvens negras se formam
Mas logo que um raio nos parta
Precipitamos novamente em gotas de amor

Cair, se envenenar, desmoronar e chorar
Tudo isso faz parte do amar
E de nada adianta querermos se isolar
Dentro de nos temos um universo
Precisamos dividi-lo com o mundo
Seja com amigos
Seja com amores
Seja com quer for
Universos se atraem
Anjos precisam voar
Maças carecem de bocas
Nuvens cruzam o caminho
Deuses criam mundos
Mundos são feitos de sonhos
E sonhos só fazem realidades
Quando damos as mãos
Encontrando no amor a salvação

Pedro Junqueira Franco de Castro 02:00 13/06/2011

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Manhã cinzenta

Manhã cinzenta

Chove e faz frio lá fora
Mas a vida continua
Mesmo sem proposito
É isso que o capitalismo tem a oferecer
Um pouco de conforto para alguns
Um tanto de frio para outros
Um pouco de democracia para alguns
Um tanto de conformismo para tantos
Vivemos um tempo ameno
As grandes ideologias caíram
Foram enterradas pelo pós-modernismo
Os propósitos agora tão líquidos
Chegam a escorrer por entre os dedos
E vamos seguindo em frente...

Triste a manhã após o muro cair
Pois com ele caiu à esperança
Esperança de um mundo novo
Levou junto à segunda opção
O outro lado da moeda
Decretou o fim da luta social
O socialismo devia ter se preocupado...
...mais com a cooperação...
...mais com a igualdade...
...mais com as pessoas...
Mas caiu no jogo do capital
Entrou em uma guerra de poder
Deveria ser um sistema de paz
Mas a ganancia por dominar
O levou a uma guerra de palavras
E decretou o fim de seus ideais

Mesmo aqui sentado eu ainda acredito
Acredito nas pessoas lá fora
Elas só estão esperando a oportunidade
Ainda vamos sair unidos e construir
Construir um novo sistema
Onde o fim seja a felicidade
Onde o fim sejam as pessoas
Onde o fim seja a vida
E não o próprio sistema
Lutaremos juntos por um proposito
Que não seja manter um sistema
Pois os sistemas são os meios
E as pessoas devem ser o fim

Agora vou tentar apenas deitar
Acordem-me quando acabar a pós-modernidade
Eu sei que atrás das nuvens dessa manha cinzenta
Existe um sol que aquece e ilumina
A era de aquários começa
Primeiro passaremos por necessidades
Servirão para abrir nossos olhos
A chuva vai limpar nosso corpo da lama
O vento levara tudo que for fraco
Quebrara tudo que for forte
Ficara apenas o que tiver leveza
Aquilo que tiver asas e souber voar
A flexibilidade vai nos salvar
Restara apenas o nosso amor
E só assim construiremos o paraíso
E os que enxergarem a luz vão vive-lo

Pedro Junqueira Franco de Castro 15:02 09/06/2011

Ronaldo, eternamente fenômeno.

Ronaldo, eternamente fenômeno.

Ele é Ronaldo dos dribles desconcertantes
De deixar zagueiros caídos no chão
Ele é Ronaldo das arrancadas espetaculares
De deixar metade do time para trás
Ele é Ronaldo das pinturas que viram gol
E dos goleiros caídos aos seus pés
Se algum dia um gol me arrepiou
Mesmo sendo contra meu time
Foi através dos pés dele
Pois quando a bola estava em seus pés
Ele não falava apenas com o corpo
Ele falava com a sua alma

Seres humanos como Ronaldo são poucos
Um típico brasileiro que nunca desistiu
Quando todos achavam que era seu fim
Ele tirava aquele restinho de esperança
Que estava guardado no fundo da alma
E voltava a ser o mesmo Ronaldo de sempre
Mostrando-nos que é preciso acreditar
Mesmo que os limites físicos falem mais alto
Nossa alma não tem limites e pode voar

Hoje Ronaldo faz sua despedida do futebol
Mas sua historia de amor com a bola continua
Mesmo fora de campo ele continuara a servir
O fenômeno Ronaldo vai embora
Mas deixa como legado para o futebol:
A molecagem, a paixão, a magia e o gol.
Nos deixa a lembrança da amarelinha nove
Com a qual se sagrou artilheiro de todas as copas
Deus lhe deu uma chance de ser eterno
E assim como ele não perdia gols
Essa chance ele não deixou passar
Entrou para eternidade com a bola
Cravou uma estrela para sempre no peito de um povo
Obrigado Ronaldo Luís Nazário de Lima por ser brasileiro...
E por nunca desistir de levar a emoção através de seus pés
Para todo brasileiro você vai ser eternamente o fenômeno, Ronaldo.

Pedro Junqueira Franco de Castro 01:13 09/06/2011

terça-feira, 7 de junho de 2011

Não temos tempo de temer a morte

Não temos tempo de temer a morte

Não é preciso temer a morte
Temer a nossa única certeza
É decretar o fim antes de começar
É viver para ver o fim
E morrer em vida

É necessário viver com a certeza
...que agora é a hora de ser feliz...
...que agora é a hora de sorrir...
...que agora é a hora de dizer eu te amo...
...pois mais tarde pode ser tarde demais.
Então a única certeza é que devemos viver
O presente é o momento de vencer a morte
De dizer para ela que mesmo que ela venha inesperada
Mesmo que ela venha sem razão
Mesmo que ela venha cruel
Você foi mais forte que ela
Pois venceu com honra cada dia
Da grande batalha da vida

Lembre-se que os que fazem cada segundo ser eterno
Esses ficam para sempre na memoria da humanidade
E para eles a vida nunca tem um ponto final
Ela é apenas uma pagina de um livro de muitos capítulos
Escrito por muitas encarnações através de muitas vidas
Vivem feito deuses e morrem feito santos
Com a paz e a certeza que mesmo que não voltem
Deixaram a marca de sua alma para sempre, na eternidade.

Pedro Junqueira Franco de Castro 00:20 06/06/2011

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Poema para minha santa-avó Nadime

Poema para minha santa-avó Nadime

Minha avó meu deu a paciência
Paciência de mãe e mulher
Mãe dedicada e presente
Mulher que sempre esperou
Esperou pela verdade
Esperou sem desanimar
E hoje continua a esperar
Espera os sonhos que a vida levou

Minha avó me deu a paz
Paz de um espírito tranquilo
De uma alma complacente com a verdade
A vida lhe deu motivos de sobra para revolta
Mas ela não deixou que levassem sua paz
E viu na compaixão um caminho a seguir
Hoje ela assiste a tudo com essa paz
Que reside na fé que o bem vigora

Minha avó é uma santa
Dessas que não se faz mais
Seu compromisso é com Deus
Sua oração é pela família
Trás no nome a descendência síria
Que a faz mulher feita para cuidar
E hoje esse é o seu proposito
Cuidar da família que é o sonho que lhe restou

Pedro Junqueira Franco de Castro 02:18 31/05/2011

Não temas Larissa

Não temas Larissa

Não é preciso temer Larissa
Esse mal logo vai passar
Abra seu coração e deixe-o ir
Ele é daqueles que vem para o bem
Para te mostrar o quão forte você é
Para derrubar velhas certezas
E te mostrar o caminho
Pois a força está dentro de você
E só espera a hora certa para vir

Não é preciso temer Larissa
Quando pensares estar cansada
Nós estaremos aqui para te fortalecer
Nessa batalha você não vai lutar só
Seus amigos estão para apoiar
Sua família seguindo seus passos
Seu amor segurando sua mão
E Deus sempre em seu coração
E com ele a vitória é questão de tempo

Não é preciso temer Larissa
Depois que as nuvens passarem
O sol brilhará mais forte
Sua força estará renovada
A praga de seu jardim eliminada
Uma semente brotara para celebrar
A vitória da vida abençoada
E seus frutos vão mostrar
Que o bem sempre vigorara

Pedro Junqueira Franco de Castro 01:14 06/06/2011

Homenagem a nossa deusa Gaia

Homenagem a nossa deusa Gaia

E Deus nos deu a inteligência
Nos fez diferente dos outros
Inocentemente comemoramos
Vangloriamo-nos superiores
Esquecemo-nos do maior detalhe
A inteligência é responsabilidade
Pois para os outros basta copiar
E o ciclo da vida se mantem
Mas para nós é preciso mais
É preciso de sensibilidade
Para tocar a terra com zelo
E fazer dela sua morada

É necessário cuidar
Cuidar da água
Para que se mantenha limpa
E nos sirva de fluido vital
Cuidar da mata
Para que se mantenha viva
E nos sirva de proteção
Cuidar do ar
Para que se mantenha puro
E nos sirva de sopro
Cuidar do fogo
Para que se mantenha chama
E nos sirva de calor
Cuidar da terra
Para que se mantenha nutritiva
E nos sirva de sustento
Cuidar, pois antes de se servir dela
É necessário servir a ela

Somos filhos dessa terra
Do seu barro fez-se nossa carne
O seu fogo inflamou nossos corações
Foi seu ar que estufou nossos peitos
E sua agua que fez tudo isso fluir
Mas não somos os únicos
É preciso aprender a dividir
Zelando pelos próximos
Cuidando de nossos irmãos
Devolvendo a terra o carinho recebido
Tocando ela como grande mãe que é
Com respeito e amor a nossa deusa Gaia
Mãe eterna e soberana
Senhora das leis e do saber
Deu-nos a vida e pode tirar
Pois quando machucada ela se fecha
Nosso ciclo termina e ela continua
Dando vida a quem souber lhe amar

Pedro Junqueira Franco de Castro 04:32 06/06/2011

sexta-feira, 3 de junho de 2011

I Wish We Here

I Wish We Here

Éramos grandes e loucos diamantes
Esperando a oportunidade de brilhar
O mundo havia nos virado as costas
E nos viramos às costas para o mundo
Presos na barriga de nossa grande baleia
Nadando no nosso mesmo e velho aquário

Passávamos à tarde ociosa
Destilando o prazer de nada fazer
Quando saiamos era para ver o mundo girar
Através de uma bola ou da lucidez perdida
Íamos para aula e voltávamos com uma certeza
Ou havia algo de muito errado com o mundo
Ou deveríamos partir na próxima nave
Pois a esse mundo não podíamos pertencer
O mundo nos apresentava a grande maquina
Mas não queríamos ser mais uma peça nessa engrenagem

Hoje eu continuo a rodar o mundo
Sem a comida acolhedora de nossa mãe
Sem o dialogo que consumia a noite
Sem a erva e a bebida que regava nossa musica
Sem a companhia de nossos mascotes
Sem a presença física de grandes irmãos
Mas com o velho vinil do Pink Floyd
E com os mesmos velhos medos
Como queria que nós estivéssemos aqui
E é até estranho falar de ausência
Sendo algo tão presente em meu coração

Pedro Junqueira Franco de Castro 17:34 03/06/2011

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Ser feliz...

Ser feliz...

Muitos a colocam em um altar
Explicam em formulas complexas
Expõem em livros de auto ajuda
Colocam a venda como mercadoria
Deixam na mão de outra pessoa
Mas a felicidade gosta de brincar
Passando de mão em mão
Se escondendo em pequenas coisas
Que por serem pequenas passam despercebidas
Sob o olhar de homens que se dizem grandes
Acabamos por esquecer que seu lugar é o coração

Pouco já me basta para ser feliz
Basta um sorriso sincero...
...um abraço amigo...
...uma conversa de bar...
... e a bolar a rolar...
...que minha felicidade já está a cantar.

Pois não preciso de mais...
...mais que o vento batendo em minha cara...
...mais que passarinhos voando no céu...
...e meus pés tocando o chão...
...para ser feliz então...

Pedro Junqueira Franco de Castro 01:53 03/06/2011

Jogo de poder

Jogo de poder

Quer gritar, então grite
Você está no seu direito
Só não me peça pra escutar
Meu ouvido é refinado
Só escuta o que respeita
E só respeita o que admira
Sua forma de poder não me admira

O mundo já está cheio de gente
Gente assim como você
Que se enamora com o poder
Seres sádicos e vaidosos
Vivem do prazer da dor alheia
Vão se consumindo aos poucos
Vitimas de seu próprio veneno

Vivem feito cães de briga
Assim são os homens do mal
Negam o amor e vivem o terror
Dominam pessoas pelo medo
Covardes seres inferiores
Por não encontratem sua paz
Procuram acabar com a alheia

Eu sigo meu próprio caminho
As suas regras eu já aprendi
E do seu jogo eu não participo
Apenas assisto você envelhecer
Com suas idéias ultrapassadas
Vivo sem me deixar contaminar
Sendo para sempre jovem

Pedro Junqueira Franco de Castro 14:28 02/06/2011

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Tecendo uma nova vida

Tecendo uma nova vida

Veja de coração aberto
Com sua alma limpa
O mundo atrás do muro
A vida atrás da porta
A banda além da janela
A felicidade está aqui e lá
E só você pode tocar

Contemple com o coração
Esqueça qualquer definição
A flor é bela para cheirar
O pássaro canta para encantar
A fruta pode te alimentar
Deus fez tudo isso além de ti
É pecado você não cuidar

Cative e se deixe cativar
Nessa brincadeira de laçar
A teia da vida vai se tecer
Uma nova idéia vai florescer
Acredite no impossível voo
Pois mesmo que sem querer
Ele pode um dia acontecer

Pedro Junqueira Franco de Castro 03:29 02/06/2011

A vida e o Caqui

A vida e o Caqui

Caqui fruto da vida
Leva a vida daqui
E trás cá aqui
Folhas estão cair
Daquele pé de caqui
Cada folha é uma vida
Vai voando ao cair

A bomba de Hiroshima
Tirou a vida dali
E deixou o caqui
Broto da vida
Vida sem broto
Não é coisa daqui
Viva o broto do caqui

Canta a muda em silencio
Mudas que querem contar
A vitória do caqui
Funde-se a historia da vida
Se o Caqui brotou aqui
A vida cala a morte
Esperança sempre irá florir

Pedro Junqueira Franco de Castro 01:46 02/06/2011

Guerra em paz

Guerra em paz

Sou um covarde
Se ser um covarde é dar o braço a torcer, então o sou
Eu prefiro o dialogo conciliador as palavras que ferem
E prefiro perder meu orgulho a perder minha paz

Sou um falso
Se ser um falso é ser simpático com todos, então o sou
Eu prefiro o sorriso como boas vindas à cara fechada ao desconhecido
E prefiro perder o meu ego a perder uma nova amizade

Sou um bobo
Se ser um bobo é ser só bondade, então o sou
Eu prefiro ajudar ao próximo à desconfiança alheia
E prefiro perder a confiança no próximo a perder o altruísmo

Sou um louco
Se ser um louco é acreditar no impossível , então o sou
Eu prefiro criar minhas próprias possibilidades a me fechar nas limitações
E prefiro perder a minhas ilusões a deixar de construir novos castelos

Sou uma criança
Se ser criança é se divertir com pouco, então o sou
Eu prefiro viver de sonhos a morrer com a realidade
E prefiro cair na real a abdicar dos momentos de fantasia

Minha luta é em silencio
Minha guerra é em paz
Minha força vem da renuncia
Na minha batalha vence quem tem o maior coração

Pedro Junqueira Franco de Castro 00:05 02/06/2011

terça-feira, 31 de maio de 2011

Não chore Carolina

Não chore Carolina

Não chore Carolina
As suas lágrimas valem mais
Mais que o sorriso falso que te encantou
Mais que as palavras frias que te enganaram
Mais que esse falso amor que te fez crer
As lágrimas de uma mulher apaixonada
Não valem a dor de um amor leviano

Não chore Carolina
Quem perdeu foi ele
Perdeu os sonhos que a ele dedicou
Perdeu as doces palavras que no seu ouvido sussurrou
Perdeu as flores que em seu jardim cultivou
A perda sempre fica com quem seguiu sozinho
Você ganhou a chance de se abrir a um verdadeiro amor

Não chore Carolina
Você é bem maior que isso
Maior que uma brincadeira de moleque
Maior que um jogo de poder
Maior que pessoas levianas que te roubam o sono
O seu coração é grande como seu amor
E não precisa mendigar migalhas de um ladrão

Pedro Junqueira Franco de Castro 01:54 31/05/2011

domingo, 29 de maio de 2011

Poesia para o poeta Luan Emilio Faustino

Poesia para o poeta Luan Emilio Faustino

Grande Lua chamada Luan
Essa escuridão que contigo caminha
É chamada noite para os normais
Mas para os poetas é chama
Chama que queima a realidade
Que trás inspirações e sonhos
Enquanto ela durar sua poesia será bela

Herdou de sua raça ariana o ego
Ele também caminha ao seu lado
Para os leigos seu ego é presunção
Já para os poetas é confiança
Confiança que ajuda enfrentar a realidade
Que trás segurança e paz
Enquanto ela durar sua poesia será forte

Por ser filho de uma era instantânea
Você caminha sempre inconstante
Se apaixona como doce é para criança
Mas logo esquece feito brincadeira do acaso
Acaso que sempre se coloca no seu caminho
E trás encanto e curiosidade
Enquanto ele ficar sua poesia renascera

Pedro Junqueira Franco de Castro 00:15 30/05/2011

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Preocupações demais, vida de menos.

Preocupações demais, vida de menos.

Se as pessoas se preocupassem menos com o ódio
Sobraria mais tempo para amarem
Se as pessoas se preocupassem menos com dinheiro
Sobraria mais tempo para serem felizes
Se as pessoas se preocupassem menos com o alheio
Sobraria mais tempo para dialogarem
Se as pessoas se preocupassem menos com prazer
Sobraria mais tempo para se satisfizer
Se as pessoas se preocupassem menos com o supérfluo
Sobraria mais tempo para o essencial
Se as pessoas se preocupassem menos com o não
Sobraria mais tempo para o sim
Se as pessoas se preocupassem menos com a razão
Sobraria mais tempo para sentirem
Se as pessoas se preocupassem menos com o futuro
Sobraria mais tempo para o presente
Se as pessoas se preocupassem menos com a prisão
Sobraria mais tempo para a liberdade
Se as pessoas se preocupassem menos com a realidade
Sobraria mais tempo para sonharem
Sociedade às avessas
Preocupamo-nos com o que não queremos
E esquecemo-nos do tempo que perdemos
Deixando-nos que o tempo leve os sonhos
E nos deixe com a realidade
Trocando o certo pelo incerto
E vendendo o que não tem preço
Com medo da escuridão da floresta
Sem saber que a luz está em nossos corações

Pedro Junqueira Franco de Castro 00:29 27/05/2011

Verso a paisana

No era do instantâneo
Nasceu um verso a paisana
Querendo alertar
Que tudo que com pressa chega
Com pressa também se vai

Pedro Junqueira Franco de Castro 00:22 27/05/2011

Corpo Sol, alma Lua

Corpo Sol, alma Lua

Assim como as flores monoclinas
Levo em mim duas formas de ser
Sou a dicotomia em carne viva
Meu coração pulsa sem ver

Sou a chave de todo sentir
Pois sinto sem pensar
Sem seguir parâmetros
O meu parâmetro é o entregar

De todas as maneiras de amar
Vivo aquela sem razão de ser
Pois para libertar os sentidos
É preciso perder toda a razão

Eu nasci com o corpo virado para o sol
Mas com a alma virada para a lua
E levo no meu corpo masculino
A sensibilidade de uma mulher

Sou um filho de marte
Vivendo um sonho de vênus
Na terra dos pecados
Sou só mais um pecador

A minha maneira de amar
Não segue uma escolha
Pois desde pequeno
Já me sabia escolhido

Se não quiser me compreender
Deixe-me apenas seguir meu destino
E não me julgue pelo meu prazer
Pois aquilo que vale é meu caráter

Para saber as razões de assim ser
É preciso antes de qualquer coisa sentir
E só que nasce com isso dentro de si
È capaz de vivê-lo e senti-lo

Pedro Junqueira Franco de Castro 00:13 23/05/2011

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Dança das palavras

Dança das palavras

Eu enalteço as palavras soltas no ar
Elas estão a brincar junto ao anoitecer
Em sua dança elas estão a se converter
De solitárias formas de se expressar
Saem de seus casulos feito rimas
Borboletas que dançam ao amanhecer

Eu entrelaço as palavras sem pretender
No meio do meu adormecer elas se cruzam
Acasalam-se procurando se pertencer
Dormem seres isolados e sem vida
Amanhecem formas de vida nascidas
Da combinação de suas rimas escondidas

Ser poeta é como caçar borboletas
As palavras como elas estão a voar
Basta apenas você as permitir
Elas dançam na sua cabeça
Mostrando os caminhos
Para a melhor forma de se expressar

Pedro Junqueira Franco de Castro 16:17 23/05/2011

Poema para Daniela

Poema para Daniela

Sou alegre e espontânea
Sempre livre a voar
Apesar de ser do fervo
Fui muito bem criada
E levo minha cabeça no lugar

Sou divertida e serelepe
Sempre livre a brincar
Apesar da pá virada
Dê-me motivos para sonhar
Posso contigo me enamorar

Sou uma alma leve e solta
E com muita razão de ser
Muito prazer sou Daniela
Sei que a vida vale a pena
E vou sempre na janela

Pedro Junqueira Franco de Castro 21:41 22/05/2011

Poema de meu amor paterno

Poema de meu amor paterno

Ao lembrar minha infância
Lembro sempre desses olhos
Que me olhando com amor
Fez-me sentir um tesouro
Nas mãos de um sonhador

Hoje os olhos ainda me olham
Estão sempre a me seguir
Eu me sinto um egoísta
A negar uma caricia
De seu tato criador

Quando eu mais precisei
Sua mão você estendeu
E se teve que tirar o braço
Foi pra me mostrar o caminho
Da melhor maneira sem agredir

Peço desculpa se algum dia
Com respeito lhe faltei
É que a me ver no seu espelho
Via também os meus defeitos
E acabei me esquecendo
Do tesouro que de ti ganhei

Ele brilha feito ouro
Não tem peso nem valor
Cuida da casa com amor
De seu trabalho com louvor
Leva a vida com muito frescor
Essa é a imagem do meu pai
Que quero refletir aonde eu for

Pedro Junqueira Franco de Castro 20/05/2011 02:15

quinta-feira, 19 de maio de 2011

O pecado e o perdão

O pecado e o perdão

Quem dera fosse eu só santo
Mas as tentações falam mais alto
E minha sanidade se cala
De santo passo ao louco
Fruto proibido da arvore de Eva
A culpa do cristão consome a paz
Faz-me anjo caído em plena terra

Destilando o sangue que é vida
Tento em vão retirar o pecado
Que contamina minha mente
E por mais que me ponha a rezar
Que eu clame aos céus por perdão
Implorando por intervenção divina
O meu lado humano fala mais alto
E como cego que não quer ver
Caio de novo nas armadilhas da carne

A verdade é que querendo ou não
Somos metade divino e metade profano
Metade dia de trabalho
Metade noite de pecado
Metade verdade
Metade mistério
Metade loucura
Metade sanidade
Somos por fim metade pecado
Mas outra metade perdão

Pedro Junqueira Franco de Castro 18/05/2011 23:39

domingo, 15 de maio de 2011

O ser humano por completo

O ser humano por completo

Eu admito os muito carnais
Que aproveitam de prazeres banais
Vivem de excitação ao esquecer
Que o cérebro foi feito pra pensar
O coração nasceu para sentir
Que além da carne somos alma

Eu compreendo os muitos sentimentais
Que acham que a vida é só sentir
Vivem de sofrimento ao não entender
Que a nossa criança sentimental
Gosta de brincar com nossa vida
Pregando peças no nosso coração

Eu respeito os muito racionais
Que querem estar sempre com a razão
Vivem de raciocinar sem perceber
Que lá fora existe um universo
Que só a liberdade dos sentidos pode dar
Sendo preciso esquecer um pouco o juízo

Eu admiro os muito espirituais
Que transcendem a vida terrena
Vivem sublimando sem notar
Que após a morte no infinito
Poderemos esquecer a matéria
E ser apenas a nossa energia

Mas devo confessar sem preconceito
Que prefiro os seres humanos completos
Que sentem quando tem que sentir
Pensam na hora que é preciso pensar
Rezam na hora que é de espiritualizar
Dormem quando o corpo precisa descansar
Sem criar barreiras para sua essência brilhar

Pedro Junqueira Franco de Castro 2:31 14/05/2011

Poema para meu padrinho Joaquim

Poema para meu padrinho Joaquim

Eu sou espécie rara do sertão
Criado na linha dura, sem frescura
Aprendi a ser forte desde cedo
Na familia em que cresci
Não existe conversa mole
E a preguiça passa longe

Sou simples mas muito refinado
Gosto da escolha certa e conversa direta
Pois foi assim que fui criado
E ainda que tivesse outra opção
Tenho minha cabeça no lugar
E daqui ninguém me tira não

Apesar de ter conhecido muitos lugares
Volto sempre pra minha terra
Minha vida é contada nela
Foi ali que nasci e irei de morrer

Sou um dos poucos que seguiu a risca
O que uma boa educação oferece
Apesar de pouco ter ido a escola
Aprendi madrugando cedo
Trabalhando na terra
E bebendo com os amigos
A lição que uma vida bem vivida
É o melhor que o mundo pode oferecer

Pedro Junqueira Franco de Castro 01:36 14/05/2011

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Vivendo de saudades

Vivendo de saudades

Eu sou um iceberg em um mar de saudades
As pessoas e momentos passaram feito água
Levaram um pouco de mim e deixaram ausência
Se hoje tenho esse formato foi à vida que moldou
E se hoje a vida me leva feito mar
Ela deixa a certeza que está valendo a pena
Pois a saudade é um pouco da alma do outro
É o pedaço de nossas vidas que dividimos
A saudade é o amor que fica de quem parte

Eu não sei aonde colocar mais tanta saudade
Saudade que me leva para momentos passados
Saudades da infância na terra que me viu nascer
Saudades da cidade que por acaso eu fiz morada
Saudades dos colegas e professores da escola
Saudades da divertida cidade aonde me formei
Saudades da cozinha, da republica e dos amigos
São tantas saudades para um solitário peito

A vida vai me levando e me trazendo
Trilhas e caminhos
Destinos e acasos
Pessoas e momentos
O que me faz caminhar é a certeza
Que as coisas chegam e partem
Deixam saudades e levam saudades
E para mim que vivo de saudade
O presente é saudade daquilo que vou vivendo
E o futuro é a saudade daquilo que ainda não vivi

Pedro Junqueira Franco de Castro 22:27 11/05/2011

Religião e fé

Religião e fé

O que a faz grande é a fé dos seus fiéis
E por mais que se tenha o maior templo
Se tiver fiéis sem fé será apenas crença

O que a faz rica são as suas virtudes
E por mais que ostentem seus símbolos
Sem as suas virtudes será apenas dogma

O que a faz forte é a união de seu povo
E por mais que se construam muralhas
É preciso pontes para que se possa unir

O que a faz bela é a historia de seus santos
E por mais que esses sejam loiros ou pardos
É preciso servir com paixão para ser lição

O que a faz universal é a compaixão
E por mais que cada um tem seu chão
É preciso encontra-lo no próximo

O que a faz ética é a ressureição de seu valor
E por mais que tantas vezes tenha errado
Por ser humana também deve ser perdoada

O que a faz sobrenatural é a alma
E por mais que se cultuem divindades
É na espiritualidade que está à salvação

Pedro Junqueira Franco de Castro 21:50 11/05/2011

Little by Little, Piece by Piece

Little by Little, Piece by Piece

When you have gone from my life
One throbbing pain is has start
And you have drunk my life
Little by Little
But I am not dead
Because my soul is very strong

You have opened a role in my heart
Then you filled with loneliness
You had my heart in your hand
And dropped it on the floor
Piece by Piece
But I have not lost hope
Because as good as new before

Pedro Junqueira Franco de Castro 23:43 09/05/2011

Calando o capital

Calando o capital

Oh grande maquina de necessidades
Por que não se calas?
Não vê o grande mal que fazes ao homem
Criando necessidades desnecessárias
E vontades sem carência
Procuras sem razão de ser

Você não precisa de muito
Não precisa de grandes novidades
Não precisa de mais espaço
Não precisa de uma nova verdade
Muito menos de um novo mundo
Olhe com os olhos de sua criança
E verás que tudo que você precisa
Cabe em uma mão
Cabe em uma lagrima
Cabe em um sorriso
Cabe em um toque
Cabe numa gota do mar
Ou em seu grão de areia
Basta você abrir seu coração
E então sentir
Ele te dará o essencial para ser
E enfim será o que és
E não mais o que pensas
Acendendo a chama do saber
Calando a voz do grande capital

Pedro Junqueira Franco de Castro 13:33 09/05/2011

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Poema do coração cansado

Poema do coração cansado

Se não for me fazer sentir borboletas
Por favor, não bata na minha porta
Meu coração já está cansado de desilusão
Já tem muito vazio no meu peito de poeta

Se for só mais uma diversão de verão
Por favor, não venha florir no meu jardim
Meu coração já está cansado de ser sugado
Já tem muitos pedaços de meu peito espelhados

Se não for para valer a pena
Por favor, não me cative
Minha alma é muito grande
E carece de pena para ser

Se for só por um instante
Não me ponha em sua estante
Meu tesouro não é troféu
Pra passar de mão em mão

Se não for verdadeiro
Não me dê um beijo
O beijo partido fere
Como punhal alado

Mas se for eterno enquanto dure
Então me convide para voar
Eu gosto de sentir o sabor do céu
Brincando de deus com um beijo seu

Pedro Junqueira Franco de Castro 23:17 08/05/2011

Homenagem às mães do mundo

Homenagem às mães do mundo

A confirmação de sua existência
Deu-se pela dor dessa mulher
Foi com ela que por messes
Você viveu a experiência do amor
Até hoje vive na vida que lhe concedeu

Quando o filho sai, ela sai junto
Quando o filho sofre, ela se põe a sofrer
O seu coração está com ele aonde for
E só as mães são felizes
Pois só elas sabem o que é sentir por dois seres

E a maior dor do homem
É saber que ele pode ter o mundo
Pode saber e sentir de tudo
Mas nunca vai saber o que é ser mãe

Seu único medo é que as sementes
Que no mundo ela colocou
Não lhe deem frutos
Não se desabrochem numa flor

Com a força de um leão
E a leveza de uma flor
Ela cumpre seu papel
Com dedicação e amor

Dentre todas as causas do mundo
A sua é a mais legitima
Dentre todas as missões
A sua é a mais digna
Dentre todos os amores
O seu é o melhor
Te amo Mãe!

Pedro Junqueira Franco de Castro 15:15 08/05/2011

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Poema para minha doce avó Norma Terezinha

Poema para minha doce avó Norma Terezinha

Minha doce avó se foi
E meu deixou sua linda poesia
Poesia infantil, mas intensa
Intensa como ela mesma era
Um vulcão sempre a beira de erupção
Ou uma longa e fria madrugada escura

Era metade rainha
E metade lucidez
Era metade fera
E metade bela
Era metade Norma
E metade Terezinha

Sua razão era seu amor
E por sorte encontrou meu avô
Sendo muito sábio e calmo
Só ele podia acalmar
A fera que dentro dela
Sempre queria gritar

Foi com essa intensidade
Que sua família ela criou
Foram três doces meninas
Que trouxeram calmaria
Para um mar de aflições
Em seu turbulento coração

Trazia em sua poesia
Uma lembrança de menina
De sua infância ainda que sofrida
Ela não podia se esquecer
Pois trazia em seu coração
Cada um de seus irmãos

Foram tantas perdas durante a vida
Que com o apego ela passou a conviver
Mas a vida é cruel e sua riqueza roubou
E junto um pouco de sua alegria de viver
Ela então se viu como fera ferida
E em seu mundo se fechou

Quando a esperança já estava ferida
A vida mais uma peça pregou-lhe
Levou o que restava de sua alegria
Com o fim da vida de meu avô
Ela pôs-se a esperar na janela
A morte para também levá-la

Agora o que restava a seus olhos claros
Era esperar o encontro com seu amado
Em quanto isso ela se distraia
Com a alegria de seus netos e filhas
E com as canções do rei das paixões
Que lembrava seu tempo de rainha

Hoje os dois continuam a dança
Em algum lugar do céu
Como todo amor eterno
Os dois amantes se amam
Embalados pela valsa
De um sonho de mulher

Pedro Junqueira Franco de Castro 04:41 02/05/2011

Poema de primeiro de maio

Poema de primeiro de maio

Primeiro de maio
O domingo do trabalho
Que ironia
Será que irá despertar a Irã dos deuses?
Afinal todo domingo é sagrado!

Explica-me como pode acontecer
O dia da preguiça
Virar de repente o dia do trabalho
Talvez para quem vive de preguiça
Viver seja o seu maior trabalho

Na terra de Macunaíma
Dá-se sempre um jeitinho
De os dias virarem domingos
Criando feriados para todo santo

Só de pensar no dia do trabalho
Deu-me até preguiça de escrever
E seu poema só foi nascer
No segundo dia de maio
Numa segunda de trabalho

Pedro Junqueira Franco de Castro 03:07 02/05/2011

Epitáfio para Osama

Epitáfio para Osama

Espero que a morte do grande cabeça
Represente o fim de tudo o que representa
Que seja o nascimento de mais uma esperança
E não o surgimento de mais uma vingança

Que leve com ele todo fanatismo
Toda sua visão conturbada da religião
Que leve com ele todo o ódio
Toda sua ideologia de terror
Que leve enfim a guerra
E posso nos trazer a paz

Agora então com o inimigo morto
Os vencedores voltem para casa
E deixe em paz quem restou
Que não seja plantada de novo
A pequena semente da humilhação

E que represente uma trégua
Não o inicio de um novo ciclo
Que os olhos e dentes que se confrontavam
Agora deem as mãos e caminhem juntos

Eu prefiro ser otimista e acreditar
Mesmo a historia querendo me mostrar
Que toda derrota deixa sementes de revanche
Reguemos então essas sementes com o amor
E veremos brotar a bela árvore do perdão

Pedro Junqueira Franco de Castro 02:46 02/05/2011

domingo, 1 de maio de 2011

Ou vou-me ou fico

Ou vou-me ou fico

Ou vou-me embora
Ou fico aqui e me perco
Não da mais pra não ser desse mundo
Todo alienígena carece de encontrar sua nave

Ou vou-me embora
Ou fico aqui e me encontro
Não consigo me achar nesse mundo
Todo terráqueo carece de encontrar sua terra

Ou vou-me embora
Ou fico aqui e me aceito
Não existe saída além da morte
Todo ser humano carece ter uma fuga

Ou vou-me embora
Ou fico aqui e me adapto
Não existe adaptação sem aceitação
Todo espelho carece de uma face para refletir

Ou vou-me embora
Ou fico aqui e me conquisto
Não existe conquista sem batalha
Todo ato de luta carece rebeldia de padrões

Ou vou-me embora
Ou fico aqui e me esqueço
Não há existência no esquecimento
Todo existência carece de uma memória

Ou vou-me embora
Ou fico aqui e me envolvo
Não existe sentido nessa época
Todo sentido carece de razão de ser

Ou vou-me embora
Ou fico aqui e me entrego
Não há entrega sem a perda
Toda entrega carece de uma doação

Ou vou-me embora
Ou fico aqui e me liberto
Não há liberdade sem expressão
Toda liberdade carece de espaço para acontecer

Pedro Junqueira Franco de Castro 6:28 01/05/2011

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Poema para Vem que tem

Meu voo é Rasante
E eu só preciso de um instante
Para em seu coração entrar

Não se afobe Marina
Que um dia seu poema vai nascer
Assim como a flor que em ti quer florescer

E na busca de uma Ana
Encontrei Luciana e sua flor de lis
Que é o meu samba em toda estação

Levo os pés no chão
E trago em meu fiel coração
Uma certeza de Julia ser

Cheguei por ultimo nesse poema
E se não for muito pedir
Eu não Desisto de ficar aqui

Juntas somos a vem
Quem não tem quer ter
Quem já veio sempre vem
Por isso vem que tem

Pedro Junqueira Franco de Castro 13:29 29/04/2011

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Enfim... paz

Enfim... paz

Porque essa ambição pelo supérfluo?
Se daqui não levaras nada além da vida
E a vida só se é levada por aqui
Ou talvez pensas que levara o teu ouro no cachão?
O ouro assim como sua carne é da terra e aqui fica
O que era pó volta a ser pó e sua alma se vai
E por mais que quiseras ter tudo, você foi um só.
Foram tantas lutas inúteis pela conquista do poder
Lutas mesquinhas que juntas não valem por uma só
A guerra de uma nação que se julgou superior
A segregação de um regime que quis reinar
A força militar querendo a voz de um povo calar
A corte que se diz soberana tomando o poder
A crueldade de um sistema injusto e desigual
A força bruta tantas vezes nós prendeu em nós mesmos

Porque esse orgulho em seu olhar?
Se a única vitória do homem é a vida
E a vida só é vivida pela paz
Ou deveras pensa que o seu sistema que te criou?
Quem criou seu sistema foi sua gente
E só essa gente que pode lhe recriar
Por mais que seja um só, tens a voz.
Foram tantas vozes que mesmo sozinhas venceram
Vozes que cantando se uniram no coral da vida
A voz como instrumento da paz venceu a prisão
A flor como símbolo do amor parou o tanque
A força da verdade trouxe a independência da nação
A compaixão pelas mãos de santa serviu ao mundo
A insistência pela luta trouxe ao povo igualdade
A poesia tantas vezes nós libertou de nós mesmos

Qual será o mistério da raça humana?
O que nos curara de nós mesmos?
Qual o segredo daquilo que não tem segredo?
Em qual jardim nos encontraremos enfim?
Como se fará a força da união?
Onde está o sentindo daquilo que não tem sentido?
Quantas perguntas ainda terão que ser feitas?
Quantas batalhas em vão?
São tantas perguntas e só uma resposta
Mas que para tantas perguntas...
Exige diferentes maneiras de ser dita:
Absentia Belli
Peace
Ashte
Paco
Shalom
Salaam
Irini
Shanty
Selam vrede
Rahu
Heiwa
Hetep
Sulh
Ukuthula
Miers
Emirembe
Fred
Sula
Pokoj
Pake
Paix
Paci
Pace
Pacem
Enfim...
Paz

Pedro Junqueira Franco de Castro 04:02 28/04/2011

quarta-feira, 27 de abril de 2011

O amor às avessas, vulgo carência.

O amor às avessas, vulgo carência.

Foi melhor ter ficado com sua presença suave
A ter deixado essa loucura criar raízes
É certo que da suavidade se faria a aspereza
Do amor cantado se fariam cantigas de maldizer
Da admiração se faria o ciúme doentio
E da tarde azul uma madrugada escura e densa

Te deixei partir sem me levar de mim
Da nossa mistura de corpos e almas
A cada um coube sua parte de volta
Se por mais tempo quiséssemos ficar
Na certa das partes se fariam um todo
Talvez doentio por querer se pertencer

Se déssemos asas a esse sentimento as avessas
Veríamos um pássaro desesperado por voar
Preso às palavras de quem lhe prometeu o sopro
Iriamos ver o profano brotando do divino
Como se o mundo quisesse tomar os céus
Com a promessa de que teria algo melhor a doar

Não foi amargo o sabor da despedida
Uma paixão de tal tamanho acabaria em guerra
No final iriamos preferir as palavras que sangram
O tempo iria levar as leves verdades de areia
O fogo iria queimar toda nossa insanidade
Sobrariam só as cinzas de dois corpos carentes

Pedro Junqueira Franco de Castro 26/04/2011 4:50

Lamento de um rio

Lamento de um rio

As margens do meu leito
Hoje nascem marginais
Carros me perseguem
Gente por todos os lados
É a cidade que eu acolhi
Querendo me marginalizar

Na água do meu córrego
Hoje jorra o regurgito
Do meu leite materno
Eu recebo o rejeito
E da cidade que fiz vida
Recebo o fluido da morte

Ao meu redor já fui mata
Meu corredor já foi de vida
Hoje é terra de ninguém
Isso por ser de todo mundo
Na sociedade sem coletivo
Fico carecendo ser um bem

Eu não sou de fazer guerra
Mas cuidado com meu curso
Tenho destino à foz certeiro
Se tiveres no meu caminho
Não respondo por meus atos
Arrasto-te junto a meu fluxo

Meu lamento é sertanejo
Minha nascente é no sertão
Se olhar bem a montante
Verás mais um sitiante
Que chorando aos céus
Me quer de novo exuberante

Hoje eu choro minha saudade
De tudo eu um dia eu já fui
Era rumo, alimento e prazer
O meu sonho é voltar a ser
Se a cidade me acolher serei
A alma que tanto carece ter

Pedro Junqueira Franco de Castro 02:26 27/04/2011

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Poema do mistério de amar

Poema do mistério de amar

Misterioso mistério de amar
Como é doce a angustia
De esperar a resposta
Que vem do seu olhar
Você passa todo dia
Sem ao menos me notar

Olhando no fundo dos olhos
Parece que você esconde
Algo que em mim quer nascer
São dois misteriosos olhos
Que estão a me enganar

Não me apaixonei por você
Pela sua pele branca e pálida
Pelos seus pelos morenos claros
Pelo e pele são detalhes vulgares
Fui atraído pelo clima de mistério
Que insiste entre nós ficar

Vem do seu jeito de falar
Eu nem sei de onde vem
Deve vir de dentro
Ou talvez de fora
Eu sei que o que vem
Parece querer me levar
Ou me deixar ao seu lado

Não importa se é de você
Ou se é meu inconsciente
Querendo comigo brincar
O que sei é que seu amor
É veneno que mata lentamente
Mistério que consome à noite
Distancia que quer se encurtar

Na verdade você é um vampiro
Suga-me todo sentido de realidade
Deixa-me insana sem poder saber
Se as nossas mãos sobre o sofá
Estão distantes porque Quimera
Quisera que assim fosse ficar
Ou se por capricho de Íris
Os deuses queriam só brincar

Pedro Junqueira Franco de Castro 01:21 26/04/2011

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Poema do tédio

Poema do tédio

Vão passando as horas
Não há o que se fazer
Ligo a televisão
E nada pra se ver
Mais uma tarde vazia

Chego a contar os minutos
Uma ação a procurar
Saio no portão
Sem almas para conversar
Mais uma rua seminua

Os segundos se arrastam
Parecem querer se congelar
Escuto um trovão
Ao menos se chover
Encontrarei uma razão de aqui ficar

Já estou a observar milésimos
E eles parecem querer ficar
Deito no colchão
Começo a me remoer
A preguiça quer me dominar

Cobino-te com o ópio
E então acontece o obvio
Um tédio sem remédio
Se te transformo em poesia
A criatividade te faz o ócio

Pedro Junqueira Franco de Castro 22:24 21/04/2011

Poema para amiga Luísa

Poema para amiga Luísa

Como a deusa Palas Atena
Sou prática, racional e sincera
Na Luta pelos meus ideais
Minha justiça é implacável

Minha beleza vem de Afrodite
E se você souber me encantar
Posso muito bem te conquistar
E serei sua Vênus ao me deitar

Ao contrario da Luísa de Eça
Sou uma mulher sensata
E por traz desse bom senso
Escondo uma jovem apaixonada

Sou uma mulher de muitas razões
Não por isso vivo sem emoções
E me dê uma boa razão
Que a você posso me entregar

Fui cantada por Chico e Tom
Sou inspiração de muito amor
E embaixo da minha neve mora
Os meus sete mil amores

Pedro Junqueira Franco de Castro 18:38 20/04/2011

terça-feira, 19 de abril de 2011

Poema do índio

Poema do índio

Eu sou o pedaço dessa terra
O pedaço que dela fez mãe
No meu canto e minha dança
Eu estou a lhe adorar

Vivo com ela em harmonia
Na verdade meu respeito
Nasce da minha admiração
De sua beleza, seu canto

Não preciso lhe cobrar
Nem preciso muito fazer
Basta eu te comtemplar
E tudo você está a me dar

Nasci no coração da mata
Com você aprendi o amor
Sua água minha sede saciou
Sua terra me alimentou
Seu ar me deu o sopro da vida
No seu fogo minha alma queimou

Como um bom filho
Sua lição eu aprendi
Minha ciência e crença
Aqui estão para lhe proteger

Levo no meu olhar
O espelho de sua alma
Levo na minha voz
A alegria do seu canto
Levo no meu tato
O seu toque de mãe
Levo na pele
O seu odor
Levo em mim
O seu sabor

Sou o homem da floresta
Guardião da natureza
Meu tesouro é minha lição
O meu ouro não levaram
Sou a raiz de toda a nação
Por ser da terra
Ela minha também é
Minha e mais de quem
Souber lhe amar

Muitos são os homens
Que quiserem me furtar de ti
Chegaram impondo sonhos
Trouxeram-nos até a morte
Prometeram um novo mundo
Mas pra que irei de querer?
Seu coração é meu mundo
E de onde eu vim
Todo dia é dia de índio

Pedro Junqueira Franco de Castro 17:42 19/04/2011

Poema de saudades do avô

Poema de saudades do avô

São sete anos de saudades
Suas lembranças me invadem
Hoje sua ausência se faz presença
No amor que você me deixou

Sua presença trazia paz
A sabedoria segurança
Foi sempre o meu porto
Meu exemplo de amor

Sua busca era imensa
A felicidade era o fim
Foi de avô a lavrador
Era um grande sonhador

Sua alma era inocente
A bondade sem tamanho
Tudo o que conquistava
Para o mundo queria doar

Sua luta valeu a pena
Pena ter chegado ao fim
Trocou tudo o que tinha
Por seu caráter e o amor

De herança financeira nada deixou
Mas o que carrego hoje comigo
Nenhum dinheiro pode comprar
É o meu maior tesouro
E ninguém me pode roubar
Quem deixou foi o meu avô

Pedro Junqueira Franco de Castro 14:07 18/04/2011

domingo, 17 de abril de 2011

Poema para minha terra Barretos

Poema para minha terra Barretos

Ao lembrar-se de minha terra
Que por destino eu parti
Lembro sempre da janela
De onde eu via tudo ali
O cheiro era de poeira
A calçada todo amarela
Pelas flores do Ipê
Foi um dia um sertão
Hoje em dia sonha em ser

A gente lá de minha terra
Sempre foi de querer ser
E na verdade já se era
Mesmo antes de eu nascer
Eram peões e coronéis
Cada um com seu lugar
A lei era na faca e no dente
O respeito que reinava
Hoje em dia quer reinar

O orgulho lá de minha terra
Estava sempre a se festejar
Como a gente não fazia guerra
A festa nunca podia acabar
Em agosto tem rodeio
O peão no touro a pular
A bravura do peão
Representa esse chão
Um dia ainda hei de voltar

Tenho noticias de minha terra
Diz-se que agora quer crescer
Mas o velho não se encerra
Na terra que me viu nascer
Já trouxerem faculdades
Tem shopping e cinema
E até seu canal de tevê
Na verdade o seu abraço
É que faz o sonho acontecer

Pedro Junqueira Franco de Castro 03:08 18/04/2011

Poema inocente do amor inocente

Poema inocente do amor inocente

É tão simples, é tão belo
Como um barco a navegar
O mundo fica mais singelo
Quando estou a te olhar

Passa a noite, passa o dia
Nosso amor não vai passar
Minha vida eu passaria
Do seu lado a te ninar

Canto o amor, canto a flor
Em todo canto a te levar
Eu sou seu embaixador
Nunca vou te abandonar

Fui um tolo, fui um bobo
Enganei-me ao acreditar
Seu amor foi-se com o ovo
Que eu fiquei a chocar

Pedro Junqueira Franco de Castro 02:30 18/04/2011

Poema da arte

Poema da arte

Desperte a arte e a beleza
E as coloque sobre a mesa
É bem certo que dentro de si
Há sempre um poeta a surgir

Liberte a alma e a riqueza
Deixe-as dançar sua leveza
É bem claro que no fundo
A arte está em todo mundo

Busque a alegria e a esperança
E vivera sempre como criança
Quem procura sempre acha
Como um sapo a coaxar

Cante a simplicidade e a natureza
Não se comporte como uma alteza
Pois a poesia que vem do povo
Quer-te sempre feliz de novo

Junte a terra e as nações
Como em todas as estações
Para viver em harmonia
É necessário sintonia

Pedro Junqueira Franco de Castro 02:04 18/04/2011

Presente para Mariana

Presente para Mariana

Quem me dera nesses versos
Fosse falar só de felicidade
Mas a felicidade só é feliz
Depois de a tristeza existir
E uma mulher se faz bonita
Depois que chora e sorri

E foi assim que ela se fez
No seu passado de tristeza
É que encontrou sua beleza
Uma pena de quem a deixou
Sorte de quem a encontrou
Pois hoje aquela menina
Já não é qualquer mulher

O seu nome é Mariana
E como toda ariana
É intensa e espontânea
De dia chora no quarto
A noite ela se pinta
E sai como uma onça
Arranhando corações

Se de dia ela se esconde
A noite ela entra na dança
O seu corpo se inflama
E ela bota fogo no salão
A inveja que se volta
Quer dizer que ela é torta
Mais ela não se importa
Tem muito amor no coração

Ela é a musa dos poemas
Que ainda inacabados
São carentes de aprovação
Desculpe-me minha amiga
Cantou-se sua tristeza
Mas é cantando que ela
Um dia se vai sem notar
O seu sorriso é o que fica
E vai sempre encantar

Pedro Junqueira Franco de Castro 23:36 14/04/2011

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Poema do tempo

Poema do tempo

E o tempo passa cruel
Roubando nossos anos
Ao olhar para o espelho
Vejo tudo que fui e sou
O que podia e esquecia

E o tempo passa leviano
Furtando nossos planos
Colocando areia no vazio
Nos fazendo acreditar
Que tudo foi em vão

E o tempo passa calado
Apropriando nossos dias
A cada minuto perdido
Leva consigo o castigo
De quem vive distraido

E o tempo passa ligeiro
Levando nossos sonhos
De repente o possível
Faz-se impossível
E a vida faz-se morte

Pedro Junqueira Franco de Castro 23:41 11/04/2011

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Poema para doze flores cariocas

Poema para doze flores cariocas

E um país se cala
A tristeza é profunda
São apenas crianças
Foram-se sem explicação
Futuros se vão prematuros

E um país se põe a chorar
Chorando por compaixão
Para limparmos nossa alma
Dessa grande crueldade
Que apenas um ser pode cometer

E o mundo se mostra indignado
Põe-se na busca da razão
Procura encontrar uma explicação
Algo que cale toda essa revolta
Esse sentimento aos avessos

E doze sonhos se foram embora
Botões que iriam desabrochar
Flores que estavam por vir
E agora todas despetaladas
Por um botão que não floresceu

E até o céu está a chorar
Os doze anjos que partiram
Eram puros, inocentes e belos
Em uma batalha sem sentido
Ao menos levaram um anjo caído

O que nos resta é orar a Deus
Para que o livre arbitro dado por ele
Não justifique mais atos como esse
E que a compreensão venha
Para que a lição seja aprendida

Pedro Junqueira Franco de Castro 15:37 08/04/2011

Votos para um mundo melhor

Votos para um mundo melhor

Desejo ao mundo mais arrepios
Peço arrepios de amor
Que nos façam sentir na pele
O que não se vê a olhos nus

Desejo também mais delírios
Porém delírios coletivos
Que nos levem a acreditar
Na paz no mundo a reinar

Desejo ao mundo mais poesia
E também poetas
Pois se temos fome de poesia
Só os poetas podem saciar

Desejo mais versos de amor
E menos de dor
Pois é facil rimar amor com dor
O inaceitavel é negar o amor

Desejo também mais tolerância
E peço mais diversidade
Para que possamos compreender
Que o conhecimento é universal

Desejo ao mundo menos dinheiro
E mais felicidade
Pois a felicidade pode vir sozinha
Mas ele não será nada sem ela

Desejo também mais politicas
E menos politicagem
Afinal a politica traz evolução
Já a politicagem so faz atrasar

Desejo a todos mais encontros
E menos desencontros
Que os encontros sejam de alma
E as distâncias não possam separar

Desejo até mesmo mais loucuras
E que venham para o bem
Porque o mal pode até existir
Mas é o bem que deve vigorar

Pedro Junqueira Franco de Castro 01:32 08/04/2011

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Poema da felicidade

Poema da felicidade

Guarde o brilho de cada manhã
A despedida de cada pôr do sol
Junte a isso a claridade da lua
E o colorido de cada estrela
No final tu me terás

Jogue fora cada lagrima do rosto
A despedida de um amor perdido
Junte a isso a escuridão da noite
E a opacidade de cada não
E então tu me terás

Leve consigo a alegria do desconhecido
A chegada de mais um novo sorriso
O reencontro de um velho esquecido
Eu estarei em tudo ou em um só
E tu me terás no final da tarde

Jogue fora aquilo que não for suor
Tudo aquilo que lhe for alheio
Junte tudo que não lhe é direito
E deixe pra de quem for
Pois eu só venho com valor

Leve consigo das lagrimas a lição
Da despedida o que lhe foi bom
Dos sorrisos os verdadeiros
Do que veio aquilo que foi suado
E da vida é a felicidade o que terás

Pedro Junqueira Franco de Castro 01:51 07/04/2011

domingo, 3 de abril de 2011

Tempestades

Tempestades

Existem tempestades que constroem
Aquelas onde a escuridão faz pensar
As trovoadas querem ajudar
E a água vem para limpar
São as que trazem fertilidade

Existem tempestades que destroem
Parece que chegam para ficar
A escuridão vem para assustar
As trovoadas para ensurdecer
São as que trazem a discórdia

Sempre tentamos nos proteger
Construímos nossos castelos sólidos
Cegos e certos que estaremos salvos
Mas é muito difícil manter-se seguro
Quando a tempestade vem de casa

Pedro Junqueira Franco de Castro 21:37 03/04/2011

quinta-feira, 31 de março de 2011

Poema da beleza

Poema da beleza

Modelos anoréxicas
Que de tanto emagrecer
Até perdem a vida
E até a terra tem estrias

Jovens fisiculturistas
Viciados em anabolizantes
Perdem a vida em academias
E até a terra não é rígida

Senhoras elegantes
Gastam fortunas num instante
E ainda estão a envelhecer
E até a terra tem rugas

Metro sexuais vaidosos
Sempre a buscar mais
Passam a vida a se ver
E até a terra é imperfeita

Mas veja que ironia
A terra tão redonda na tv
E agora que você a vê
Será que vai negar a beleza do ser?

Não critico a beleza
Que hoje até põe a mesa
Só acho que procuras
Algo que já está em você

Pedro Junqueira Franco de Castro 00:27 01/04/2011

Poema das 4 estações

Poema das 4 estações

Desperta e vê
Minha primavera é bem mais florida com você
O mundo que estou a lhe oferecer é imenso
É tudo o que você precisa
Meu amor transborda e basta
É cheio e vazio
É claro e escuro
Traz frio para as tardes de sol
E calor para as noites de lua

Desperta e vê
Meu verão é bem mais divertido com você
O mundo que estou a lhe oferecer é intenso
É tudo o que precisa
Meu amor inquieta e faz festa
É sim e não
É certo e errado
Traz paz para os momentos de guerra
E guerra para os momentos de paz

Desperta e vê
Meu outono é bem mais seco sem você
Sem você meu mundo é sem sentido
É tudo sem graça
Meu amor se acaba e se cala
É seco no molhado
É açúcar no salgado
Traz feridas para os bem aventurados
E cicatrizes para os que sozinhos acabam

Desperta e vê
Meu inverno está na eternidade sem você
O mundo se congela a te esperar
É tudo intacto
Meu amor continua e flutua
É som e silencio
É noite e dia
Traz o fim para o começo
E o começo para o fim

Pedro Junqueira Franco de Castro 00:52 18/02/2011

Poema da vida

Poema da vida

Mas o que seria da vida sem a poesia?
Seria só métrica e nada mais caberia
De que bastaria viver?
Se os sonhos são para serem sonhados
E se a vida é para ser vivida
Eu peço o contrario
Quero viver em sonhos
E sonhar em vida

O sonho não me cabe
A vida já me basta
Sonhar me faz voar
Viver me faz crescer
Tudo o que me resta é juntar
E enfim florescer

Não peço só a loucura do poeta
Peço também a lucidez do pescador
Viver não me basta
Eu quero é ser ator
Fantasiar a cada dia um novo papel
Que me faça esquecer da dor
E lembrar que nada é em vão
Quando é feito com a alma e o coração

Mas é preciso ser junto
É preciso ser mundo
Compartilhar uma vida
Para que dentro do sonho
Caiba pai, mãe e filho
Cada um com sua melodia
Dentro de uma mesma canção

Quero a leveza de quem erra sem medo
A leveza de quem acerta por errar
A leveza das almas que seguem
A leveza da natureza
Que tantas vezes precisou errar
A leveza da perfeição construída
Passo a passo
Erro a erro

A algo de belo na imperfeição
Algo que grita
Algo que caminha
Berrarei o quanto precisar
Errarei até me cansar
Tudo o que for preciso para alcançar
Se berro, se grito, se erro
É por que tem algo em mim que não quer se calar

Pedro Junqueira Franco de Castro 01:29 25/03/2011

Poema- epitáfio de uma Árvore

Poema- epitáfio de uma Árvore

Eu te fiz sombra
Eu te trouxe pássaros
E foi no meu tronco
Que sua rede amarrou
Fiz de tudo para te encantar
Mas você não pode notar

Você estava cego
Negava minha presença
Eu queria falar sua língua
Eu queria poder fugir
Mas esse direito não tinha
Só me restava florescer

E por pura vaidade
Na calada da noite
Amanheci morta
Não sou mais sombra
Não sou mais ninho
Não sou mais vida

E por pura covardia
O que restou foi pó
Fui sem protestar
E não quero me vingar
Mas se um dia precisar
A minha ausência irá notar

Agora no orvalho da manha
Minhas lagrimas estão a cair
Minha raiz não mais sustenta
Os meu galhos pelo chão
Meu frutos a apodrecer
E minhas flores espalhadas

Mas minha luta é maior
Minha causa é legitima
E sementes eu deixo
Para o dia que se fores
Ou se um dia aprenderes
Que sem mim vida não há

Pedro Junqueira Franco de Castro 10:08 31/03/2011

Poema das línguas

Poema das línguas

Eu me enrosco no seu inglês
Prático, leve e descomprometido
Perco-me no seu português
Complexo, poético e rico
Embaralho-me no seu espanhol
Quente, rítmico e latino
Deixo-me levar pelo seu italiano
Sonoro, forte e indecente
Encanto-me com seu francês
Sofisticado, romântico e elegante
Confundo-me com seu chinês
Isolante, tonal e monossilábico

Mas de que me importa tanta língua
Se o que eu quero te mostrar
Esta no meu gesto e meu olhar
De nada importa tantas línguas
Se a minha língua com a sua
Eu não puder entrelaçar

Pedro Junqueira Franco de Castro 13:31 31/03/2011