terça-feira, 30 de julho de 2013

A árvore dos sonhos

A árvore dos sonhos

Cresce a árvore do sonho
Na grande floresta da vida
Nutrida pelo firmamento
Regada com todo o amor
Podada com a sabedoria
Compartilhando os frutos

Plena em sua existência
Vive o coletivo da mata
Alimentado os sonhos
Nutrida com as pedras
As gotas do céu regam
A sábia formiga poda

Eis o prelúdio da árvore
Sonho coletivo da mata
Sozinha não poderia ser
Sonhada seria só sonho
Na comunhão da selva
Torna-se realidade viva

Pedro Junqueira Franco de Castro 30/07/2013 14:04

domingo, 28 de julho de 2013

A vitória do nosso

A vitória do nosso

O vitorioso momento
Da provação presente
Ser faísca do espírito
Acordar para o Cristo

Vencer o gigante eu
Poder provar do mel
Grato pela pequenez
Da chispa que é a vida

Comungar a viva mata
Seres da natureza viva
Saber que nada é meu
Tudo é da nossa tribo

Reconhecer o milagre
Somos fagulhas de luz
Encenando livremente
No bailado dos Deuses

Pedro Junqueira Franco de Castro 22:25 28/07/2013

O querer do poeta

O querer do poeta

O querer do poeta é doentio
Um querer sem medida e fim
Brota do profundo da alma
Morre nas lágrimas do rosto

Ele é uma criança mimada
Inventa quando não tem
Abusa das possibilidades
Até esgotar o inesgotável

A sorte é que ele tudo pode
Dentro da vasta imaginação
Que cria mundos impossíveis
Concretizados em sua poesia

Pedro Junqueira Franco de Castro 23:35 27/07/2013

quinta-feira, 25 de julho de 2013

O amor efêmero

O amor efêmero

O amor é uma doce ilusão
Invenção de poetas loucos
É uma cegueira por opção
Vai morrendo aos poucos
Amor mesmo só de mãe
Não morre após a cama

A paixão é feito chama
Na cama acende o pavio
No cotidiano apaga e doí
Depois derruba na lama
Inflama na folia da noite
Vira cinzas na quarta-feira

O desejo é pura imaginação
Fruto furtivo nascido a noite
Fingir da dissimulada dama
Ato clandestino do coração
Vontade passageira do ego
Que some com a luz do dia

Pedro Junqueira Franco de Castro 11:59 25/07/2013

Estranhos no ninho

Estranhos no ninho

O amor é fruto da imaginação dos amantes e quando um deixa de imaginar é certo que o outro vai sofrer. Não foi diferente no caso de Thor e Alice, eles se conheceram no treinamento da empresa, Thor era o instrutor sonhador que fazia das suas aulas uma diversão e Alice uma jovem cheia de ambições que via o emprego novo como uma oportunidade de ascender na vida. Thor se apaixonou logo que viu a jovem entrar na sala e usou de todas suas armas para seduzi-la, ela que não sabia bem ao certo o que queria da vida não deixou a oportunidade escapar. Em pouco tempo os dois formaram um desses casais que não se desgrudam, era uma sintonia perfeita de causar inveja em solteiros encalhados e de assustar pelo pouco tempo que se conheciam.
Qualquer pessoa que conhecia o casal poderia jurar que o romance dos dois iria durar um bom tempo, talvez até mesmo para sempre e que não seria mais um desses namoros efêmeros dos dias de hoje e era o que Thor desejava, pois já tinha seus vinte e nove anos e desejava experimentar algo mais duradouro que seus antigos namoros. Mas em pouco tempo a rotina, o tedio e o fato dele ter sido dispensado da empresa começaram a mudar esse quadro. Alice que antes o via como um cara responsável e maduro conheceu o lado imaturo e dependente de Thor e ele logo percebeu um certo distanciamento por parte dela e passou a achar ela egoísta por ser incapaz de compreender sua situação.
Com a queda da máscara ilusória da paixão os pequenos defeitos foram surgindo e o convívio passou a ser pesado, prejudicando até mesmo o desempenho sexual do casal. Thor sentia-se inseguro perto dela e passou a fazer de tudo para agrada-la, mas nada era suficiente e ele se via incapaz de satisfazer as expectativas da garota. Ela por sua vez havia perdido a fé naquele relacionamento e por ser ainda muito jovem podia se desapegar facilmente da situação, apesar de sentir que de certa maneira amava Thor. Não demorou muito para o fim já anunciado acontecer e foi da maneira mais trágica para ele, um dia antes de seu aniversário Alice pôs um fim na relação alegando que havia confundido seus sentimentos e que o via somente como amigo.
Os dois tentaram permanecer juntos como amigos, outra triste ilusão pois ele continuava a fazer de tudo para reconquistar o coração da garota e para ela apesar de se ver em uma situação confortável sabia que o fazia sofrer. Aos poucos um foi pegando implicância pelo outro, a insistência dele em querer ser amante e dela em querer ser somente amiga foi causando um distanciamento entre os dois. Agora, os dois que no início pareciam um casal de pombinhos apaixonados, eram dois estranhos no ninho de amor que haviam construídos juntos. Depois de uma troca de acusações por mensagem de celular os dois cortaram relações e nunca mais se falaram, provando o óbvio que quem nasceu para ser amante nunca poderá ser somente amigo.

Pedro Junqueira Franco de Castro 24/07/2013 21:37

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Dominguinhos, o cangaceiro da paz

Dominguinhos, o cangaceiro da paz

Bom demais ficou o céu
Até as pedras cantaram
O velho xote do sertão
Com o regresso do rei

Brilha a estrela mais linda
Cantando pra nós do céu
Pois ele abriu sua porta
Lá sua vida vai prosseguir

Difícil será ficar sem você
O pensamento vai viajar
Para buscar o aconchego
Na sua voz que trás paz

Pedro Junqueira Franco de Castro 23/07/2013 23:03

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Natureza divina

Natureza divina

Descanso os olhos na criação
Sinto meus pés tocar a terra
Escuto os sons do anoitecer
Deixo-me levar pelo vento

Com a descida do espirito
O êxtase toma meu corpo
Na confirmação do divino
Presente em toda natureza

Fico calado em plena oração
Contemplando a divindade
No momento nada anseio
Grato pela minha existência

Pedro Junqueira Franco de Castro 18/07/2013 23:46

segunda-feira, 15 de julho de 2013

O belo horizonte

O belo horizonte

Quando almas se reconhecem
As afinidades brotam da pele
O sorriso fortalece o encontro
A sintonia estende a conversa
Nasce a amizade verdadeira

A amizade é um belo horizonte
Onde as duas almas descansam
Um andar junto mesmo distante
A certeza do reencontro no fim
É temperar a jornada com amor

Pode ser que os planos mudem
As estradas podem se afastar
O infortúnio venha a eternizar
Mas amigos são feito irmãos
Caminham juntos no coração

Pedro Junqueira Franco de Castro 00:29 16/07/2013

Organizando o caos

Organizando o caos

Já era um costume de sua família organizar os quartos e os armários todo final de ano e nesse ano não foi diferente para Theo, por ordem de sua mãe, ele deu início a arrumação de seu quarto, que para ele mais parecia um verdadeiro caos. Todos os pequenos objetos e peças de roupas de um ano de sua vida se encontravam espalhados pelos cantos do quarto, a bagunça era generalizada e chegava a confundir a cabeça do garoto que após alguns instantes de paralisia, ocasionada pelo desespero, deu início a difícil tarefa.
Era como se a vida inteira dele estivesse naquele quarto, é logico que não caberiam ali todos os momentos que ele havia passado em seus dezoito anos de idade, porém cada objeto que ali estava lhe trazia a lembrança de algum momento marcado em sua memória. Os quadros de borboleta, herdados da avó, lhe traziam um pouco do sabor da infância sonhadora e mágica vivida no interior, o santo pendurado na parede lhe remetia aos tempos de catecismo, em que o medo de pecar havia lhe deixado certa culpa cristã e o cartão de natal ganho da primeira namorada, que lhe fazia respirar novamente os questionamentos de sua pré-adolescência.
À medida que ia organizando o seu caos, ele ia ressignificando sua vida, colocava cada coisa em um lugar de acordo com sua importância, para o fundo do armário iriam aquelas lembranças que fizeram parte do passado, mas que pelo apego não poderia se desfazer. Já nas prateleiras mais acessíveis, colocava aquilo que fazia parte do seu cotidiano, de modo a facilitar a correria diária de inicio de faculdade. Por fim, colocava a vista os objetivos que eram muito significantes e que formavam de certo modo sua personalidade. Algumas coisas ele jogava no lixo, pois era necessário se livrar daquilo que não lhe fazia mais sentido para dar espaço a novos sonhos.
No final do dia, ele finalizou a arrumação, colocando no mural de cortiça pendurado na parede aqueles lembretes para o futuro recente, o bilhete da atual paquera, o anúncio de jornal com uma oferta de emprego, o cartão postal da sonhada viagem que poderia vir a fazer, entre outros pequenos grandes planos. Arrumado o caos ele pode sentar na poltrona e ler tranquilamente o seu livro de poemas, pois se sentia pleno e sabia que, mesmo fisicamente sozinho, não estava só, uma vez que aquilo tudo, de certa forma, lhe pertencia e preenchia o vazio de viver.

Olhar feminino

Olhar feminino

Da claridade do seu olhar
Emana toda feminilidade
Oculta na pétala da flor

Pudera eu me aventurar
Nesse seu sensual olhar
Oculto mistério feminino

O seu sentir é generoso
Se não fosse eu sonhador
Bem poderia ser seu amor

Pedro Junqueira Franco de Castro 12/07/2013

segunda-feira, 8 de julho de 2013

O desencanto

O desencanto

O que era para ser um laço
Aos poucos foi virando nó
Do entrelaçar das almas
Fez-se a luta cega de egos
Impedindo-nos de ser um só

De repente o desencanto
De pombinhos apaixonados
Éramos estranhos no ninho
Víamos um céu já passado
Impedidos de tocar estrelas

Mas todo fim é um começo
Mesmo que em outra vida
Amadurecidos nesse amor
Colheremos o fruto sagrado
Desabrochando nossa flor

No templo além do arco-íris
Silenciados os ruídos do ego
Nossas almas sacramentadas
Dançarão na noite estrelada
Poderemos nos amar em paz

Pedro Junqueira Franco de Castro 02:02 09/07/2013